Xi Jinping critica comportamento intimidador e desafia ordem mundial
Em um pronunciamento contundente, o presidente chinês Xi Jinping dirigiu críticas severas ao que descreveu como comportamento intimidador e hegemonista na ordem mundial, enviando um recado direto aos Estados Unidos e, em especial, a Donald Trump. A declaração foi feita durante a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS) na China, onde Xi esteve acompanhado por importantes líderes como Vladimir Putin, da Rússia, e Narendra Modi, da Índia. Essa reunião de peso não apenas reforça a imagem da China como uma potência em ascensão e disposta a redefinir o cenário geopolítico, mas também evidencia a crescente articulação entre potências não ocidentais em busca de uma ordem internacional mais multipolar. A presença de Putin e Modi ao lado de Xi Jinping sublinha um alinhamento estratégico em oposição à influência tradicionalmente exercida pelos Estados Unidos e seus aliados. A OCS, composta por países como Rússia, China, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão, com países observadores como Irã, Afeganistão e Mongólia, tem se consolidado como um fórum crucial para a coordenação de políticas de segurança e econômicas entre as nações membros, muitas das quais compartilham um ceticismo em relação à hegemonia ocidental. Nesta cúpula em particular, o tom de Xi Jinping sinaliza uma determinação em projetar a China como líder de uma visão alternativa de governança global, focada na soberania nacional, na não interferência e na cooperação mútua, em contraposição ao que Pequim e seus parceiros percebem como imposição de valores e interesses por parte das potências ocidentais. A reunião do grupo também deu visibilidade a tensões internas e desafios logísticos e diplomáticos que o bloco enfrenta em sua busca por maior coesão e impacto global. As discussões na OCS abordam desde questões de segurança regional, combate ao terrorismo e extremismo, até a cooperação econômica e infraestrutural, como a Iniciativa do Cinturão e Rota promovida pela China. Todas essas agendas, quando articuladas na presença de líderes como Putin e Modi, ganham um peso geopolítico adicional, desafiando a narrativa dominante ocidental e fortalecendo a percepção de um mundo cada vez mais diversificado em termos de poder e influência. A crítica de Xi Jinping ao ‘comportamento intimidador’ é, portanto, mais do que uma declaração diplomática; é um reflexo das mudanças profundas que moldam as relações internacionais contemporâneas, onde potências emergentes buscam ativamente reconfigurar as regras e as instituições globais.