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Xi Jinping apoia acordo do TikTok, mas demanda concessões de Trump em outras áreas; EUA terão controle sobre algoritmo e dados

O presidente chinês, Xi Jinping, demonstrou apoio ao acordo que permitiria a continuidade das operações do TikTok nos Estados Unidos, mas condicionou esse aval à obtenção de concessões por parte do governo de Donald Trump em outras áreas de interesse da China. Essa postura sinaliza a complexidade das negociações que envolvem não apenas a popular rede social, mas também questões geopolíticas e econômicas mais amplas nas relações sino-americanas. A Casa Branca, por sua vez, anunciou que o novo arranjo garantirá aos Estados Unidos o controle sobre o algoritmo da plataforma, os dados dos usuários norte-americanos e a formação do conselho de operações nos EUA, com seis dos sete assentos sendo ocupados por americanos. Essa medida visa mitigar as preocupações de segurança nacional levantadas por Washington em relação à possível influência do governo chinês sobre a aplicativo.

A estrutura do acordo estabelecida indica que a ByteDance, empresa controladora do TikTok, terá que se desfazer de partes essenciais da operação para atender às exigências americanas. O controle sobre o algoritmo, que dita o conteúdo exibido aos usuários e a forma como a plataforma funciona, é visto como crucial para a soberania digital dos Estados Unidos. Da mesma forma, a posse e o gerenciamento dos dados de milhões de americanos são um ponto de discórdia central, devido ao temor de que essas informações possam ser acessadas ou utilizadas pelo governo chinês. A inclusão de uma maioria americana no conselho de diretores da nova entidade operacional nos EUA reforça a intenção de Washington de ter voz ativa e decisiva nas futuras estratégias e políticas da rede social.

Paralelamente, surgiram informações de que o clã Murdoch estaria envolvido no processo de aquisição do TikTok, adicionando uma nova camada de interesse e potencial influência ao cenário. A participação de um conglomerado de mídia tão proeminente pode ter implicações significativas na governança e na direção editorial da plataforma, além de potencialmente moldar a narrativa pública sobre o acordo. A forma como essa parceria se concretizará e quais interesses serão defendidos ainda demandam um escrutínio aprofundado, especialmente considerando a natureza sensível dos dados e do conteúdo amplificado pelo TikTok.

A transação, se confirmada nos moldes anunciados, representa uma vitória para a administração Trump em seu esforço para restringir a influência de empresas de tecnologia chinesas nos Estados Unidos, em um contexto de crescente rivalidade comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo. Ao mesmo tempo, a necessidade de obter a concordância de Pequim ressalta a interdependência global e a dificuldade de impor unilateralmente decisões em um mundo cada vez mais conectado. O caso do TikTok pode servir como um precedente para futuras negociações e para a forma como países abordarão a segurança de dados e a soberania digital em relação a empresas estrangeiras.