Vinicius Drumond, proeminente figura no universo da contravenção carioca, emerge das sombras após uma tentativa de execução para se consolidar como um dos pilares da nova ordem do jogo do bicho no Rio de Janeiro. A emboscada, onde seu Porsche blindado foi alvejado por mais de trinta tiros, não o impediu de prestar depoimento à Delegacia de Homicídios (DHC), evidenciando a audácia e a resiliência de quem está acostumado a transitar nas complexas teias do poder paralelo. Sua ascensão é vista como parte de uma reconfiguração na cúpula da contravenção, apelidada de Santíssima Trindade, que agora dita as regras no submundo do Rio. Drumond não é apenas um bicheiro; ele é um herdeiro, carregando o legado de uma família tradicionalmente ligada ao jogo do bicho, o que lhe confere não apenas influência, mas também uma base de apoio consolidada dentro do próprio sistema. Essa transição de poder frequentemente envolve alianças estratégicas e, por vezes, violentas, redefinindo os nomes que controlam bilhões no mercado ilegal. A tentativa de assassinato, longe de ser um golpe fatal, parece tê-lo impulsionado para um papel ainda mais central nas negociações e na administração dos negócios ilícitos, demonstrando que o jogo do bicho, apesar de sua ilegalidade, mantém uma estrutura complexa e com atores de grande impacto. A sua integração à Santíssima Trindade sinaliza uma nova fase para a contravenção no Rio, onde nomes emergentes e consolidados se unirão para fortalecer o domínio sobre as diversas atividades exploradas, desde o próprio jogo do bicho até outros ramos igualmente lucrativos e ilegais, como a exploração de máquinas caça-níqueis e a lavagem de dinheiro, em um cenário de constante disputa e adaptação às ações de repressão do Estado. A figura de Drumond, portanto, representa não apenas um sobrevivente, mas um protagonista na arquitetura do crime organizado fluminense, adaptando-se e prosperando em um ambiente de alta volatilidade e risco.