Venezuela suspende acordo de gás com Trinidad e Tobago após exercícios com EUA
A decisão venezuelana, anunciada pela vice-presidente Delcy Rodríguez, representa um novo episódio na escalada de tensões entre Caracas e Washington. O acordo, que visava a exploração de um campo de gás transfronteiriço, agora fica em suspenso, levantando dúvidas sobre o futuro da cooperação energética na região. A Venezuela alega que a proximidade dos exercícios militares com os Estados Unidos representa uma ameaça à sua soberania e segurança nacional, justificando assim a medida de suspensão. Este campo de gás, conhecido como Dragón, é considerado uma reserva significativa e sua exploração conjunta por Venezuela e Trinidad e Tobago poderia trazer benefícios econômicos consideráveis para ambos os países. No entanto, a política externa venezuelana sob o governo de Nicolás Maduro tem sido marcada por uma postura defensiva e de forte oposição a qualquer influência percebida dos Estados Unidos na região. A dinâmica geopolítica na América Latina e no Caribe é complexa, e este evento se insere em um contexto mais amplo de disputas de influência e de pressões econômicas e políticas. A Venezuela tem enfrentado sanções internacionais, o que limita suas opções de desenvolvimento e cooperação. Por outro lado, Trinidad e Tobago, enquanto nação caribenha, busca diversificar suas fontes de energia e fortalecer suas relações econômicas com vizinhos. A suspensão deste acordo pode afetar a segurança energética de Trinidad e Tobago, que depende de fontes externas para suprir sua demanda. Especialistas apontam que a decisão venezuelana pode ser interpretada tanto como uma resposta genuína às preocupações de segurança, quanto como uma manobra política para reforçar sua posição em um cenário internacional desafiador. A ausência de um acordo energético funcional com a Venezuela pode levar Trinidad e Tobago a buscar alternativas, potencialmente reconfigurando o mapa energético da região. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, ciente do impacto que tais decisões podem ter na estabilidade regional e nas relações diplomáticas.