A Venezuela intensificou suas denúncias contra os Estados Unidos, alegando violações de suas águas territoriais e um aumento significativo na atividades de espionagem aérea. O governo de Nicolás Maduro reportou que um barco pesqueiro venezuelano foi retido por oito horas em águas sob jurisdição da Venezuela, classificando o ato como ilegal e hostil. Essa alegação surge em um contexto de crescente tensão diplomática entre os dois países, com Caracas frequentemente acusando Washington de tentar desestabilizar o governo Maduro.

A recente acusação sobre a retenção do barco pesqueiro se soma a outras denúncias de interferência externa. O governo venezuelano afirmou que os Estados Unidos triplicaram os voos de aviões espiões contra o país. Essas ações, segundo Caracas, visam monitorar e possivelmente desestabilizar a infraestrutura e as forças armadas venezuelanas. A comunidade internacional observa a situação com cautela, devido às implicações regionais e à complexa crise política e econômica que a Venezuela atravessa há anos.

Em resposta ao que considera uma escalada das ameaças, o regime de Maduro anunciou o início de programas de treinamento para civis, visando prepará-los para uma eventual defesa do país. O objetivo declarado é fortalecer a capacidade de resposta da população em caso de agressão externa. Essa medida levanta preocupações sobre um possível aumento da militarização da sociedade venezuelana e a retórica de confronto que tem marcado as relações bilaterais.

Analistas apontam que essas ações e declarações fazem parte de uma estratégia de comunicação do governo Maduro para reforçar sua base de apoio interno e culpar fatores externos por problemas internos. Ao mesmo tempo, o aumento da vigilância e as operações de inteligência americanas são frequentemente justificadas pelos EUA como medidas necessárias para conter a influência de países considerados hostis na região e para promover a democracia e os direitos humanos, embora as especificidades dessas ações não sejam sempre detalhadas publicamente.