O Vaticano, por meio do Dicastério para a Doutrina da Fé, emitiu um pronunciamento contundente desautorizando as supostas aparições de Jesus Cristo em uma colina na França, na localidade de Dozulé. A decisão, comunicada oficialmente pelo órgão máximo de doutrina da Igreja Católica, encerra um ciclo de especulações e crenças que ganharam força ao longo das décadas em torno desses supostos eventos. A alegação de que Cristo teria aparecido repetidas vezes, totalizando mais de 40 vezes, em um local específico, foi considerada como não pertencente à esfera do sobrenatural, dissipando qualquer dúvida sobre a validade teológica dessas narrativas para a fé católica. A Igreja Católica adota um processo rigoroso para a aprovação de aparições marianas ou de outras figuras santas, que envolve investigações aprofundadas sobre a autenticidade e a conformidade com a doutrina já estabelecida. O veto se alinha com essa postura cautelosa e baseada na tradição apostólica. A decisão de vetar Maria como salvadora também é significativa, pois redefine o papel da Virgem Maria dentro da teologia católica, enfatizando sua intercessão e maternidade espiritual, mas não a equiparando a Cristo como redentor. Essa nuance é crucial para manter a distinção entre o papel único de Jesus na salvação da humanidade e o de sua mãe, que é vista como medianeira e modelo de fé. As supostas aparições de Dozulé, que frequentemente eram associadas a mensagens de advertência e um chamado à conversão em um tempo de crise, agora são categorizadas como um fenômeno de origem humana, possivelmente influenciado por fatores psicológicos e culturais da época em que surgiram. A Igreja encoraja os fiéis a se dedicarem às fontes genuínas da fé, como as Escrituras Sagradas, a Tradição e o Magistério da Igreja, em vez de se prenderem a revelações privadas que não foram aprovadas e que podem, em alguns casos, desviar a atenção do essencial da mensagem cristã. O Vaticano reforça que a fé autêntica não se baseia em visões ou profecias não validadas, mas sim na profunda confiança na palavra de Deus revelada e no amor incondicional que Ele demonstra pela humanidade através de Jesus Cristo. A desautorização das aparições em Dozulé serve como um lembrete da importância da discernimento espiritual e da fidelidade à doutrina católica estabelecida ao longo dos séculos, garantindo que a fé dos seguidores permaneça sólida e ancorada em verdades universais e imutáveis.