Pesquisas recentes indicam uma possível ligação entre a vacina contra o herpes-zóster e a redução do risco de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). A descoberta, ainda em fase de investigação, sugere que o vírus causador do zóster, o varicela-zóster (VVZ), pode desempenhar um papel em processos inflamatórios que acometem o sistema circulatório. A inflamação crônica tem sido cada vez mais reconhecida como um fator de risco significativo para doenças cardíacas, e a possibilidade de a vacina mitigar essa inflamação abre novas perspectivas para a prevenção cardiovascular. Embora os mecanismos exatos ainda não sejam totalmente compreendidos, os pesquisadores acreditam que a vacina, ao modular a resposta imune ao vírus, poderia indirectamente proteger os vasos sanguíneos e o coração. É importante ressaltar que esta pesquisa é preliminar e mais estudos são necessários para confirmar esses achados e determinar a extensão desses potenciais benefícios. No entanto, a inclusão da vacina contra o zóster no calendário vacinal, recomendada para indivíduos a partir dos 50 anos, pode agora ter um apelo ainda maior, não apenas na prevenção da dor e complicações associadas ao zóster, mas também como uma estratégia potencial na promoção da saúde cardiovascular. Caso esses benefícios sejam confirmados em estudos maiores e mais robustos, a vacina de zóster poderia se tornar uma ferramenta importante na medicina preventiva, complementando as abordagens tradicionais de controle de fatores de risco para doenças cardíacas, como dieta, exercícios e controle de pressão arterial e colesterol. A comunidade científica aguarda com expectativa os próximos desdobramentos desta linha de pesquisa promissora. Os avanços na compreensão da relação entre infecções virais e doenças cardiovasculares continuam a expandir nosso conhecimento sobre a saúde humana, reforçando a importância da vacinação como pilar da saúde pública.