Presidente do Fed, Jerome Powell, sob pressão de Trump, pode deixar o cargo em oito meses
A relação entre o presidente dos Estados Unidos e o Federal Reserve (Fed) é historicamente delicada, mas as declarações de Donald Trump sobre Jerome Powell têm elevado o nível de tensão. Trump tem criticado abertamente as decisões de política monetária do Fed, especialmente as taxas de juros, argumentando que elas prejudicam o crescimento econômico americano. Em diversas ocasiões, o presidente americano expressou o desejo de que as taxas fossem significativamente mais baixas, citando um patamar de 1% como ideal. Essa pressão pública, que inclui sugestões de que Powell deveria renunciar para o bem da instituição, é vista por muitos economistas como uma ameaça à autonomia do banco central, um pilar fundamental para a estabilidade financeira global. A independência do Fed é crucial para garantir que as decisões sejam tomadas com base em análises econômicas sólidas, livres de influências políticas de curto prazo. A nomeação de Powell foi feita pelo próprio Trump, mas desde então a relação se deteriorou, especialmente à medida que o Fed começou a aumentar as taxas de juros para conter a inflação. A possibilidade de uma intervenção direta ou indireta na liderança do Fed por parte da Casa Branca causa apreensão nos mercados financeiros, que valorizam a previsibilidade e a estabilidade proporcionadas por uma gestão independente do banco central. A situação exige acompanhamento de perto, pois qualquer alteração significativa na liderança do Fed ou em sua estrutura de independência poderia ter repercussões profundas na economia dos EUA e no cenário internacional. Paralelamente, secretários do Tesouro dos EUA têm defendido a necessidade de investigações sobre o funcionamento do Fed, adicionando outra camada de complexidade ao debate sobre a governança e a atuação da instituição. A combinação de ataques públicos e pedidos de investigação cria um ambiente de incerteza que não beneficia a confiança na capacidade do Fed de gerir a economia de forma eficaz e equilibrada a longo prazo, ponderando os objetivos de estabilidade de preços e pleno emprego. A imprensa econômica tem noticiado amplamente esse embate, com avaliações de que a permanência de Powell no cargo, mesmo que por um período determinado, seria a melhor solução para preservar a credibilidade da instituição em momento de turbulência econômica e política.