Trump envia tropas para Portland e declara batalha contra manifestantes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou neste fim de semana o envio de tropas federais para Portland, no estado do Oregon, em uma escalada de tensão com manifestantes que protestam há mais de 50 dias. Trump declarou que as forças federais foram despachadas para proteger a cidade de atos de terrorismo e para restaurar a ordem, afirmando que não tolerará mais a violência e a anarquia. A decisão do presidente, que governa o país sob a égide de tolerância zero à criminalidade, visa combater grupos como o Antifa, rotulados por ele como organizações terroristas.
A medida, no entanto, gerou forte controvérsia e acusações de autoritarismo por parte de autoridades locais e defensores de direitos civis. A governadora democrata do Oregon, Kate Brown, e o prefeito de Portland, Ted Wheeler, manifestaram-se contra a presença das tropas federais, argumentando que sua atuação exacerba a violência em vez de contê-la e representa uma invasão de jurisdição estadual e municipal. Eles acusam Trump de usar Portland como um palco para sua base política, explorando o clima de instabilidade para reforçar uma imagem de lei e ordem.
Os protestos em Portland, iniciados após a morte de George Floyd, um homem negro executado por um policial branco em Minneapolis, ganharam contornos violentos em algumas ocasiões, com confrontos entre manifestantes e forças de segurança, além de depredação de propriedades. Trump tem criticado duramente a gestão democrata da cidade, acusando-a de ser fraca e negligente em relação aos atos de vandalismo e violência, o que, segundo ele, justifica a intervenção federal. A retórica presidencial é de que as forças de segurança estaduais e locais falharam em conter a violência, abrindo o caminho para a intervenção federal como último recurso.
A crise em Portland reflete a profunda polarização política e social que assola os Estados Unidos. O envio de tropas federais em cidades com governos de oposição é inédito na história democrática do país e levanta sérias preocupações sobre o futuro das liberdades civis e o papel do poder federal em questões locais, especialmente em um ano eleitoral. Analistas políticos observam que Trump busca capitalizar sobre a imagem de um líder forte e decidido a restaurar a ordem, enquanto seus oponentes apontam para um risco iminente de escalada da violência e de restrição de direitos democráticos sob seu comando.