Donald Trump chocou o cenário internacional ao anunciar uma tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros e, em conjunto, tarifas adicionais de 10% sobre madeira e 25% sobre armários e móveis importados. Essa jogada tarifária, que remete a políticas protecionistas adotadas durante sua presidência, levanta sérias questões sobre o futuro das produções cinematográficas globais e suas chances em premiações americanas como o Oscar. A medida poderia inviabilizar a distribuição e o reconhecimento de filmes feitos em países como o Brasil, impactando negativamente sua presença em eventos de prestígio. Ao impor barreiras significativas, Trump parece mirar em renegociar acordos comerciais e estimular a produção doméstica, embora os efeitos colaterais possam ser profundos e de longo alcance. A indústria cinematográfica de Hollywood, que depende em grande parte de co-produções e da atratividade de filmes internacionais para diversificar seu público e conteúdo, pode sentir os efeitos dessa retaliação de forma significativa. A crítica é que essa abordagem unilateral pode fragmentar o mercado global e prejudicar a troca cultural, que muitas vezes é impulsionada pelo cinema. A indústria moveleira e de construção também é atingida, com potenciais aumentos de custos para consumidores e construtoras, além de possíveis dificuldades para empresas que dependem de importação de insumos e produtos acabados. A madeira, um material cada vez mais buscado por sua sustentabilidade, pode ter seu preço elevado, afetando tanto a construção civil quanto a fabricação de móveis e outros bens. A notícia de que o ex-presidente considera essas tarifas adicionais sobre madeira, móveis e estofados sinaliza uma estratégia de pressionar setores específicos da economia global, buscando reequilibrar balanças comerciais que ele considera desfavoráveis aos Estados Unidos. Essa política pode gerar efeito cascata, com outros países retaliando com tarifas semelhantes em produtos americanos, escalonando uma guerra comercial que prejudicaria a economia global como um todo. Analistas econômicos apontam que essas medidas protecionistas, embora possam beneficiar alguns setores domésticos no curto prazo, tendem a gerar ineficiências e a reduzir a competitividade a longo prazo. A complexidade das cadeias de suprimentos modernas significa que impor tarifas sobre um componente ou produto pode ter ramificações vastas e inesperadas em outras indústrias. A declaração de guerra tarifária por Trump contra filmes estrangeiros e outros produtos indica uma retórica combativa que visa remodelar o cenário econômico sob sua visão, mas os impactos em premiações internacionais e na diversidade cultural podem ser um dos efeitos mais visíveis para o público. A viabilidade econômica de filmes brasileiros participarem e competirem em premiações prestigiosas nos EUA está sob ameaça direta, exigindo novas estratégias de distribuição e marketing por parte dos produtores.