Trump encerra negociações comerciais com o Canadá
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (29 de maio de 2018) o fim das negociações comerciais com o Canadá. A decisão foi comunicada em sua conta pessoal no Twitter, após o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ter dito que o país não seria intimidado por declarações americanas em relação ao acordo de livre comércio. Essa ruptura repentina levanta sérias preocupações sobre a estabilidade do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), do qual também faz parte o México. O mercado financeiro reagiu negativamente à notícia, com o dólar canadense sofrendo uma desvalorização significativa.
A declaração de Trump pegou muitos de surpresa, especialmente porque as negociações pareciam estar avançando, apesar das tensões. Recentemente, o próprio Trump havia elogiado o NAFTA e sugerido que um bom acordo com o Canadá seria alcançado. Essa mudança abrupta de postura pode ser interpretada como uma tática de negociação agressiva, uma forma de pressionar Ottoiler a ceder em pontos cruciais para os interesses americanos. A indústria automobilística, que tem fortes laços de produção entre os dois países, é uma das áreas mais vulneráveis a essas incertezas.
O NAFTA, em vigor desde 1994, tem sido um pilar das relações econômicas entre Estados Unidos, Canadá e México, facilitando o comércio e o investimento. A revisão do acordo, iniciada a pedido de Trump, já vinha gerando apreensão em diversos setores. A saída de um dos principais parceiros, ou mesmo a incerteza sobre a continuidade do acordo, pode ter repercussões profundas não apenas na América do Norte, mas também na economia global, que depende da fluidez das cadeias de suprimentos e do fluxo comercial.
A decisão unilateral de Trump também pode ter implicações políticas significativas. O presidente americano tem utilizado a política comercial como ferramenta para atingir seus objetivos, muitas vezes com uma abordagem protecionista. A relação com o Canadá, historicamente amigável e baseada em interesses comuns, parece ter entrado em uma fase de grande turbulência, exigindo respostas cuidadosamente calculadas por parte do governo de Justin Trudeau para proteger os interesses de seu país. O futuro do comércio na região está agora mais incerto do que nunca.