Trump autoriza Coreia do Sul a construir submarino nuclear e elogia acordos comerciais
Durante sua visita à Coreia do Sul, o ex-presidente Donald Trump fez uma declaração notável ao afirmar que o país asiático tem permissão para construir submarinos nucleares. Essa autorização representa uma mudança potencial na política de não proliferação nuclear na região e pode ter implicações significativas para a segurança e o equilíbrio de poder no Nordeste Asiático. A decisão de Trump, se mantida ou influenciada por administrações futuras, pode redefinir as alianças militares e os pactos de defesa na área, especialmente considerando as tensões contínuas com a Coreia do Norte e a crescente influência da China. A Coreia do Sul, que possui laços de segurança estreitos com os Estados Unidos, tem buscado aprimorar suas capacidades de defesa autônomas diante das ameaças regionais e da incerteza sobre o compromisso de longo prazo dos EUA com a segurança de seus aliados. A capacidade de deter ameaças nucleares de forma independente é um objetivo estratégico para Seul há algum tempo.
Paralelamente à questão nuclear, a visita de Trump foi marcada pelo anúncio de substanciais acordos comerciais. A Coreia do Sul comprometeu-se a investir cerca de 350 bilhões de dólares nos Estados Unidos, com projeções que chegam a 600 bilhões de dólares. Além disso, o país asiático prometeu aumentar a compra de petróleo americano, fortalecendo as relações econômicas bilaterais. Esses acordos foram apresentados por Trump como um grande sucesso de sua política externa, focada em reequilíbrio comercial e na redução de déficits. A redução de tarifas de importação de 15% para produtos sul-coreanos nos EUA também foi mencionada como parte desses entendimentos, indicando uma flexibilização nas barreiras comerciais que poderiam afetar o fluxo de bens entre as duas nações. Tais movimentações econômicas visam, na visão da administração Trump, beneficiar a indústria e os trabalhadores americanos, ao mesmo tempo em que solidificam parcerias estratégicas.
A recepção de Donald Trump na Coreia do Sul foi incomum, incluindo a oferta de uma coroa dourada e a sugestão de hambúrgueres como parte das boas-vindas. Essa informalidade, embora possa ser interpretada de diversas maneiras, reflete a natureza por vezes pouco convencional da diplomacia trumpista. A relação entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul é complexa e vital para a estabilidade regional. Fundamentada em um tratado de defesa mútua, a aliança tem sido testada por diversos fatores, incluindo as provocações da Coreia do Norte e as dinâmicas geopolíticas em constante mudança. A capacidade do presidente de garantir acordos comerciais favoráveis e, ao mesmo tempo, reconfigurar a postura de segurança nuclear reflete um duplo foco em seus objetivos de política externa: fortalecer a economia americana e projetar poder com uma estratégia de defesa adaptada.
A autorização para a construção de submarinos nucleares pela Coreia do Sul levanta debates sobre a eficácia e os riscos associados à proliferação nuclear. Históricamente, a política americana tem sido a de desencorajar outros países de desenvolverem armas nucleares, buscando controlar a disseminação dessas capacidades perigosas. No entanto, em 2018, Trump expressou uma postura mais flexível em relação ao arsenal nuclear da Coreia do Sul, sugerindo que os EUA estariam abertos a discutir essa possibilidade caso a Coreia do Norte representasse uma ameaça nuclear persistente. Essa abertura, agora declarada como permissão, pode ser vista como uma estratégia para aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte e fortalecer a dissuasão na península coreana, sem necessariamente que Seul possua um programa nuclear ofensivo independente, mas sim uma capacidade de dissuasão nuclear dentro de uma estrutura aliada.