Em uma escalada significativa na guerra comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a possibilidade de impor uma tarifa de 100% sobre a importação de terras raras provenientes da China. Este anúncio, feito de surpresa e sem aviso prévio, pegou os mercados financeiros globais de desprevenidos, gerando um movimento de aversão ao risco e preocupações sobre o impacto na economia mundial. Terras raras, um grupo de 17 elementos químicos, são essenciais para a fabricação de uma vasta gama de produtos de alta tecnologia, incluindo smartphones, veículos elétricos, turbinas eólicas e equipamentos militares. A China domina a produção e o processamento desses minerais, sendo a principal fornecedora para os Estados Unidos e outros países. Uma tarifa tão elevada poderia desestabilizar cadeias de suprimentos e forçar um reajuste drástico na produção global desses componentes vitais. A ameaça tarifária de Trump não se limita às terras raras. O governo americano também estuda a imposição de controles de exportação sobre peças e componentes fabricados pela Boeing, mas que possuem insumos chineses em sua produção, em uma tentativa de retaliar novas medidas adotadas por Pequim. Essa ação visa pressionar a China em dois fronts: o de matérias-primas estratégicas e o de setores industriais avançados, evidenciando a complexidade e a amplitude da disputa comercial que se desenrola entre as superpotências. Analistas apontam que a China vem se preparando para um embate comercial prolongado com os Estados Unidos há algum tempo. Pequim tem investido em aumentar sua autossuficiência em setores-chave e em desenvolver tecnologias próprias para reduzir a dependência de insumos estrangeiros. A postura mais assertiva da China demonstra uma determinação em responder às pressões americanas, buscando proteger seus interesses econômicos e tecnológicos em meio a um cenário de crescente rivalidade geopolítica. A notícia de uma tarifa de 100% sobre terras raras serve como um gatilho para essa escalada, podendo forçar a China a acelerar suas estratégias de contra-ataque e a buscar alternativas para mitigar o impacto unilateral que medidas protecionistas americanas podem causar.