Uma tragédia familiar chocou o bairro de Nova Europa em Belo Horizonte, onde três mulheres – uma avó, sua filha e a neta desta – foram encontradas mortas em um apartamento. Inicialmente, a investigação apontava para uma intoxicação por fumaça de churrasqueira, sugerindo um acidente. No entanto, a conclusão da Polícia Civil aponta para uma motivação dolosa, com a suspeita de que a própria mulher, que também foi encontrada sem vida no local, teria provocado a asfixia de sua mãe, filha e neta em meio a um quadro de depressão severa e crise emocional. A forma como a fumaça teria sido utilizada para cometer o crime levanta questões sobre a complexidade e o desespero envolvidos no ato. A investigação se aprofundou após achados iniciais indicarem algo além de um simples acidente.

As vítimas foram identificadas como Maria Luzinete Cândido, 61 anos; sua filha, Flávia Cândido, 41 anos; e a pequena Maria Flor Cândido, de apenas 4 anos. A suspeita, Andreza Cândido, 41 anos, também foi encontrada sem vida no local, apresentando sinais consistentes com a causa das mortes das demais. Testemunhas e familiares relataram que Andreza sofria de problemas de saúde mental, incluindo depressão e ansiedade, que se agravaram nos últimos meses. A polícia descarta a participação de terceiros e foca na hipótese de um ato isolado, planejado em um lapso de profundo sofrimento psíquico. A perícia coletou evidências no local para corroborar a narrativa da polícia e determinar a dinâmica exata dos acontecimentos.

O delegado Rodrigo Bastos, responsável pela investigação, detalhou que a mulher teria agido durante um possível surto psicótico ou em um momento de grande desespero. A churrasqueira, encontrada no interior do apartamento, teria sido utilizada para gerar a fumaça tóxica que levou as vítimas à morte. É importante ressaltar que a asfixia por fumaça, especialmente em ambientes fechados, pode causar danos neurológicos irreversíveis e a morte em poucos minutos, dependendo da concentração de monóxido de carbono. A inteligência do ato, se realmente confirmado como intencional, demonstra um nível alarmante de planejamento, contrastando com a fragilidade mental supostamente presente na autora.

Este caso trágico levanta um alerta sobre a importância da saúde mental e do acompanhamento psicológico e psiquiátrico em indivíduos que sofrem de transtornos depressivos e ansiosos. A falta de suporte adequado ou a recusa em buscar ajuda podem ter consequências devastadoras. A comunidade de Boyer, onde o crime ocorreu, lamenta profundamente o ocorrido e clama por mais atenção às questões de saúde mental na sociedade. Familiares buscam compreender as motivações por trás dessa inominável dor e encontrar forças para seguir adiante diante de uma perda tão avassaladora.