A crescente rivalidade entre a torcida do Inter Miami e o Palmeiras, antecipada para o Mundial de Clubes, ganhou um capítulo inesperado com um possível boicote organizado pelos fãs americanos ao jogo que poderia selar o confronto. Segundo o colunista da Rádio Itatiaia, a insatisfação da torcida do clube da Major League Soccer (MLS) tem raízes em declarações do astro Lionel Messi, que teria demonstrado respeito pelo clube brasileiro, considerado por ele “um dos maiores do mundo”. Essa demonstração de apreço pelo Verdão parece ter desagradado parte da torcida do Inter Miami, que vê o reconhecimento de Messi como uma ameaça ou um desrespeito ao seu próprio time. A própria classificação de ambos os times para o mundial, que poderia ocorrer em determinadas circunstâncias com um empate na última rodada, adicionou tempero à situação, com o GE antecipando cenários da Copa de Clubes. Paralelamente, a UOL noticiou que a torcida do Inter Miami estaria fazendo uma “greve”, o que poderia levar o Palmeiras a jogar em casa na Flórida, reforçando a atmosfera de rivalidade em solo americano. A questão transcende a simples rivalidade esportiva e toca em pontos sensíveis de identidade e aceitação. Para a torcida do Inter Miami, o reconhecimento de Messi ao Palmeiras pode ser interpretado como uma valorização excessiva de um concorrente, minando o próprio status do novo clube de Messi na cena mundial. Essa percepção, embora subjetiva, pode ter um impacto real na adesão dos torcedores aos eventos, especialmente em jogos que, do ponto de vista deles, não são prioritários ou que servem para glorificar um rival. O cenário é complexo, pois envolve a dinâmica entre o ídolo máximo do clube, a paixão da torcida e a projeção do próprio Inter Miami no cenário internacional. Se o boicote se concretizar, será um reflexo direto de como as declarações e a própria figura de Messi influenciam a percepção e o comportamento da base de fãs. O fato de o Palmeiras ser uma potência consolidada no futebol sul-americano, com um histórico vitorioso em competições internacionais, também contribui para a percepção de rivalidade. O “respeito” de Messi, muitas vezes visto como um elogio, pode ser interpretado pela torcida americana como uma confirmação da superioridade histórica do clube brasileiro, o que, para uma torcida que busca firmar sua identidade e projetar seu time como protagonista, é um elemento que gera atrito. A declaração de Messi ao Palmeiras, conforme noticiado pelo Terra e InfoMoney, se torna, portanto, um elemento catalisador em uma relação que já apresentava sinais de tensão. Essas divergências interpretativas entre ídolo, torcida e a realidade do esporte global realçam a dimensão cultural e emocional que envolve o futebol, especialmente quando envolve nomes de peso como Messi e clubes com grande projecção como o Palmeiras e o emergente Inter Miami.