Tarifa Zero em BH: Vereadores Reprovam Projeto do Ônibus Gratuito Após Debates Intensos
O projeto de lei que visava implementar a tarifa zero no transporte público de Belo Horizonte, popularmente conhecido como ‘Busão 0800’, foi duramente derrotado na Câmara Municipal. Em uma votação que terminou com 30 votos contrários e apenas 10 a favor, os vereadores rejeitaram a proposta que gerou intensos debates e dividiu opiniões na cidade. A decisão encerra, por ora, as esperanças dos defensores do transporte público gratuito, que organizaram atos com artistas para pressionar os parlamentares.
Entidades e coletivos pró-tarifa zero, incluindo músicos como Djonga, participaram de manifestações em frente à Câmara Municipal, buscando demonstrar o apoio popular à medida e os potenciais benefícios sociais e econômicos. Estudos, como o realizado pela UFMG, já indicavam impactos positivos da gratuidade do transporte, como a democratização do acesso à cidade, o aumento da circulação de pessoas e o estímulo à economia local, especialmente para a população de baixa renda. No entanto, os argumentos contrários à proposta focaram nas dificuldades financeiras e na sustentabilidade do sistema sem a arrecadação das passagens, além de preocupações sobre o aumento do número de passageiros e a necessidade de maior investimento em frota e infraestrutura.
A reprovação do projeto em Belo Horizonte ecoa preocupações em outros setores, como apontado por publicações do setor financeiro, que já indicavam um temor generalizado de que a tarifa zero pudesse impactar negativamente o mercado. A complexidade da implementação e os desafios de financiamento de sistemas de transporte público gratuito são temas globais, com experiências distintas em outras cidades do mundo que servem de referência. A discussão sobre a tarifa zero em BH expõe o dilema entre universalizar o acesso a um serviço essencial e garantir a viabilidade financeira e operacional do sistema.
A análise do placar da votação revela um consenso entre a maioria dos vereadores sobre os entraves atuais para a adoção desse modelo em Belo Horizonte. Os parlamentares que votaram a favor defenderam a urgência social do tema e a necessidade de buscar soluções inovadoras para o transporte público, enquanto os contrários levantaram dúvidas sobre a modelagem financeira apresentada e a capacidade orçamentária do município. Fica evidente que, para que a tarifa zero se torne uma realidade consolidada em BH, novas propostas, embasadas em estudos técnicos aprofundados e em modelos financeiros sustentáveis, precisarão ser apresentadas e debatidas no futuro.