O Brasil enfrenta um cenário preocupante com o aumento contínuo das taxas de obesidade, sedentarismo e hipertensão entre sua população. Diante desse quadro, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem ampliado significativamente suas ações voltadas para a prevenção e o tratamento da obesidade. Essa doença crônica multifatorial, que vai além do acúmulo excessivo de gordura corporal, está associada a uma série de comorbidades graves, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, apneia do sono e alguns tipos de câncer, impactando diretamente a qualidade de vida e a expectativa de vida dos brasileiros. A estratégia do SUS busca oferecer um cuidado integral, desde a promoção de hábitos saudáveis até o acesso a intervenções clínicas e cirúrgicas quando indicadas.

As ações do SUS no combate à obesidade abrangem diversas frentes. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), equipes multidisciplinares realizam acompanhamento nutricional, orientam sobre a importância da atividade física regular e oferecem suporte psicológico para lidar com as questões comportamentais associadas ao ganho de peso. Programas como o Academia da Saúde incentivam a prática de exercícios físicos em espaços públicos, tornando-os acessíveis a toda a comunidade. Além disso, o SUS disponibiliza medicamentos para controle do peso em casos específicos e, em situações de obesidade mórbida, pode oferecer o encaminhamento para a cirurgia bariátrica, um procedimento que tem se mostrado eficaz na reversão de comorbidades associadas e na melhoria significativa da saúde dos pacientes.

A prevenção da obesidade é um pilar fundamental nas novas diretrizes do SUS. Isso inclui ações educativas nas escolas, campanhas de conscientização sobre alimentação saudável e a importância do controle do peso desde a infância. O incentivo ao aleitamento materno, a oferta de alimentos nutritivos na merenda escolar e a regulamentação da publicidade de alimentos ultraprocessados são outras medidas importantes para criar um ambiente mais propício à saúde. O combate ao sedentarismo também é crucial, com a promoção de políticas públicas que incentivem o uso de transportes ativos, a criação de espaços de lazer e a inclusão da atividade física na rotina diária das pessoas.

O excesso de peso, quando atinge níveis preocupantes, exige atenção médica especializada para evitar o desenvolvimento ou agravamento de doenças. A obesidade, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma epidemia global, representa um desafio significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo. No Brasil, os dados epidemiológicos reforçam a urgência de se investir em estratégias eficazes e acessíveis. O SUS, ao ampliar suas ações, reafirma seu compromisso com a saúde da população, buscando oferecer ferramentas e suporte para que os brasileiros possam alcançar e manter um peso corporal saudável, prevenindo assim as doenças crônicas que tanto afetam o bem-estar e a longevidade.