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Sociedades médicas criticam decisão de não incluir Ozempic e Saxenda no SUS

Sociedades médicas e associações de pacientes expressaram forte descontentamento com a decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) de não incluir medicamentos como Ozempic e Saxenda no rol de tratamentos disponíveis pelo SUS para a obesidade Recentemente, a Conitec recomendou a não incorporação dessas substâncias, alegando falta de evidências suficientes para justificar o alto custo dos tratamentos em comparação aos benefícios oferecidos pelos métodos já disponíveis na rede pública, como mudanças no estilo de vida e cirurgia bariátrica. Essa postura tem sido vista como um entrave significativo na luta contra a epidemia de obesidade que assola o país, especialmente considerando que a obesidade é uma doença crônica complexa, multifatorial e reconhecida como um grave problema de saúde pública. Embora a Conitec cite o custo como fator preponderante, as entidades médicas argumentam que o subfinanciamento do SUS e a falta de priorização adequada para doenças crônicas como a obesidade são aspectos cruciais que precisam ser abordados. Elas enfatizam que o acesso a tratamentos inovadores, quando seguros e eficazes, pode não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas também reduzir o risco de comorbidades associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, gerando economia a longo prazo para o sistema de saúde. A falta de acesso a essas medicações, que têm demonstrado resultados promissores em ensaios clínicos, tende a ampliar o abismo social, pois apenas aqueles que possuem recursos financeiros para arcar com os altos custos particulares conseguirão se beneficiar desses avanços terapêuticos. Essa exclusão farmacêutica pode perpetuar um cenário onde a saúde e o bem-estar tornam-se privilégios, e não um direito universal garantido pelo Estado, configurando uma clara inequidade no acesso à saúde.