A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) anunciou recentemente mudanças significativas em suas diretrizes sobre a febre em crianças. Esta revisão, aguardada por muitos profissionais de saúde e por pais preocupados, tem como objetivo principal simplificar a classificação da febre e orientar de forma mais eficaz o manejo clínico. A febre, embora frequentemente vista como um sinal de alerta, é uma resposta natural do corpo a infecções e inflamações, e nem sempre indica a gravidade da doença. As novas orientações buscam desmistificar a febre, diferenciando-a de estados febris mais preocupantes, o que pode evitar abordagens excessivamente intervencionistas e o uso desnecessário de medicações. A ponderação sobre a conduta a ser adotada deve sempre considerar o contexto clínico geral da criança, incluindo sua idade, sintomas associados e o comportamento geral, e não apenas o valor da temperatura. Uma febre isolada, sem outros sinais de alarme, em uma criança previamente saudável, pode não exigir a mesma urgência em seu tratamento imediato quanto um quadro febril acompanhado de letargia, dificuldade respiratória ou outros sintomas preocupantes. A SBP reforça a importância da avaliação médica quando há incertezas ou quando a criança apresenta sinais de gravidade, incentivando o acompanhamento pediátrico para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado, sempre priorizando o bem-estar e a segurança infantil. As novas diretrizes também buscam capacitar os pais a identificar sinais de alerta, reduzindo a ansiedade gerada pela febre e promovendo uma comunicação mais efetiva com os pediatras, alinhando as expectativas e os cuidados em casa com as recomendações médicas.