O pastor Silas Malafaia, figura proeminente no cenário religioso e político brasileiro, surpreendeu ao adotar um tom mais conciliador em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em um culto realizado no Rio de Janeiro, Malafaia solicitou a devolução de seu passaporte, afirmando que o agradeceria pela medida. Essa mudança de discurso ocorre após semanas de forte retórica e questionamentos sobre a atuação do ministro, que determinou apreensão do passaporte do pastor no âmbito de investigações em curso.

Anteriormente, Malafaia demonstrava pouca preocupação com a possibilidade de prisão, declarando em público que não era covarde, medroso ou fujão. Sua postura era de confronto direto com as decisões judiciais que o atingiam, chegando inclusive a comparar o ministro Alexandre de Moraes a figuras históricas associadas ao nazismo, em um discurso considerado inflamado por muitos. Essa atitude gerou debates sobre os limites da liberdade de expressão e o respeito às instituições democráticas.

Edward Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, também se manifestou sobre o episódio, após Malafaia ter chamado o filho de babaca. A troca de farpas entre aliados do bolsonarismo evidenciou as tensões internas em um momento delicado para o grupo político. A articulação de Malafaia, por sua vez, tem sido destacada por analistas como fundamental na construção e fortalecimento do movimento bolsonarista ao longo dos anos, mobilizando apoiadores e consolidando pautas conservadoras.

Apesar da mudança de tom em relação ao passaporte, o pastor manteve críticas à atuação de Alexandre de Moraes, reiterando sua posição de não temer consequências. A solicitação de devolução do documento, no entanto, pode ser interpretada como uma estratégia para tentar dissociar sua imagem de uma postura de desrespeito total ao Judiciário, buscando um possível alívio nas pressões que enfrenta.