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Sete Policiais Militares Absolvidos em Caso da Chacina do Curió

Um júri popular absolveu nesta quinta-feira (18) sete policiais militares que eram acusados de se omitir e não prestar socorro às vítimas durante a Chacina do Curió, que resultou na morte de 11 pessoas em Fortaleza, em novembro de 2015. A decisão veio após uma extensa votação que se prolongou por diversos dias, com a oitiva de testemunhas, acusados e debates entre a promotoria e a defesa. A absolvição de todos os sete acusados levanta questionamentos sobre a investigação e a aplicação da justiça em casos de letalidade policial e responsabilização de agentes públicos.

A Chacina do Curió é um dos episódios mais trágicos da segurança pública no Ceará, com a morte de 11 pessoas, incluindo adolescentes, em menos de 24 horas, em novembro de 2015, em diferentes bairros de Fortaleza. As vítimas foram executadas em suposta represália a ataques contra policiais. A Polícia Federal (PF) conduziu as investigações e, posteriormente, o caso foi remetido à Justiça Militar, que processou os policiais acusados de omissão.

A acusação sustentava que os policiais, ao chegarem aos locais dos crimes, teriam se omitido em prestar socorro às vítimas, algumas das quais ainda estavam vivas. A defesa, por sua vez, argumentou que os policiais agiram conforme os protocolos de segurança, considerando o ambiente hostil e a possibilidade de emboscadas, e que não havia condições seguras para a prestação de socorro imediato sem colocar em risco a própria vida e a de outros.

A absolvição desses sete policiais não encerra a responsabilização por completo, uma vez que o processo principal da Chacina do Curió envolve uma série de outros policiais militares acusados de envolvimento direto nas execuções. No entanto, a decisão do júri em relação à omissão tem um impacto significativo e é vista por familiares das vítimas e por organizações de direitos humanos como um retrocesso na busca por justiça e pela responsabilização dos agentes do Estado envolvidos em violações de direitos humanos.