Servidores públicos ligados à área ambiental em Minas Gerais intensificam suas manifestações nesta semana, realizando um protesto em frente à sede da Polícia Federal. A mobilização, que já dura quase 20 dias, visa denunciar o que os trabalhadores consideram um sucateamento das políticas ambientais no estado e a falta de reestruturação das carreiras profissionais. A Operação Rejeito veio à tona como um símbolo dessas falhas, evidenciando, segundo os servidores, a fragilidade da fiscalização e das ações de preservação ambiental em Minas Gerais, o que impacta diretamente a qualidade de vida e a segurança ecológica da população. A paralisação afeta diretamente os serviços de licenciamento, fiscalização e monitoramento ambiental, gerando preocupações sobre o impacto no desenvolvimento sustentável do estado.
Os grevistas apontam o governo de Romeu Zema como responsável pela precarização das condições de trabalho e pela desvalorização da carreira dos profissionais do meio ambiente. Entre as principais reivindicações estão a recomposição salarial, a melhoria da estrutura de trabalho e a garantia de recursos suficientes para as atividades de proteção ambiental. Os servidores argumentam que a falta de investimento e de pessoal qualificado compromete a capacidade do estado de responder adequadamente aos desafios ambientais, como desastres naturais, poluição e desmatamento, especialmente em face de um cenário de mudanças climáticas cada vez mais alarmante.
A categoria tem buscado apoio de órgãos de controle e da sociedade civil para dar visibilidade às suas demandas. A atuação da Polícia Federal, com operações como a Rejeito, que apura crimes ambientais, reforça a necessidade de servidores bem equipados e atuantes para combater irregularidades e garantir o cumprimento da legislação ambiental. A falta de estrutura e o assédio moral, segundo relatos dos servidores, também são fatores que levam ao desânimo e à evasão de talentos da área, agravando o problema do sucateamento.
O Sindicato dos Servidores Públicos de Minas Gerais (Sindipúblicos) tem sido o porta-voz das reivindicações, articulando a greve e buscando negociações com o governo estadual. A persistência da greve e a radicalização dos protestos indicam um impasse significativo nas negociações, com os servidores mostrando determinação em alcançar seus objetivos de reestruturação e valorização. A expectativa é que a pressão pública e a repercussão das denúncias possam levar a uma reconsideração das políticas ambientais e a um compromisso efetivo com a proteção do meio ambiente em Minas Gerais, garantindo um futuro mais seguro e sustentável para todos os cidadãos.