Saúde do Coração Feminino: Menosprezo de Sintomas e Maiores Riscos de Infarto e AVC
A saúde cardiovascular feminina é um campo de estudo cada vez mais relevante, com pesquisas apontando que mulheres frequentemente subestimam os sinais de alerta de doenças cardíacas. Essa tendência ao menosprezo de sintomas, muitas vezes atribuídos a cansaço ou estresse, pode atrasar o diagnóstico e o tratamento de condições graves, resultando em desfechos mais desfavoráveis em comparação com os homens. O infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC) representam ameaças significativas, superando em mortalidade até mesmo o câncer de mama em algumas estatísticas. A cardiologia tem se debruçado sobre as particularidades da apresentação clínica dessas doenças em mulheres, que podem ser mais sutis e menos clássicas do que as manifestações típicas em homens. Dores no peito podem não ser o sintoma predominante, dando lugar a outros sinais como falta de ar, náuseas, vômitos, dor nas costas ou no maxilar, que são facilmente ignorados ou mal interpretados. Essa falta de reconhecimento dos sintomas precoces é um fator crucial para o aumento da mortalidade feminina por causas cardiovasculares. Além da subestimação dos sinais, fatores hormonais e condições específicas femininas desempenham um papel importante no aumento do risco cardiovascular. Pesquisas recentes, como uma pesquisa sueca, indicam que a tensão pré-menstrual (TPM) e o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) estão associados a um maior risco de arritmias e AVC. Essas alterações cíclicas no corpo da mulher podem desencadear ou agravar problemas cardíacos, exigindo uma atenção especial durante esses períodos. O fato de mulheres infartarem com menor frequência, mas apresentarem maior mortalidade quando o evento ocorre, é um paradoxo que exige aprofundamento. Diversos fatores contribuem para essa realidade, incluindo a já mencionada apresentação atípica dos sintomas, a influência hormonal, variáveis genéticas e diferenças na resposta a tratamentos. A Rede DOr, através de sua chefe de cardiologia, reforça a necessidade de conscientização e educação para que as mulheres busquem ajuda médica ao menor sinal de qualquer alteração, garantindo assim um diagnóstico mais rápido e um manejo mais eficaz de suas condições cardíacas. A abordagem preventiva e o diagnóstico precoce são as chaves para reverter este cenário preocupante na saúde cardiovascular feminina.