O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em pronunciamentos recentes em fóruns internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), deixou claro que o Kremlin adotará uma postura de resposta decisiva a qualquer agressão direcionada ao seu território ou às suas forças armadas. Essa declaração surge em um contexto de crescentes tensões globais e regionais, onde a Rússia se vê frequentemente em meio a acusações e confrontos diplomáticos, além de seu envolvimento direto no conflito na Ucrânia.A retórica russa visa dissuadir potenciais adversários, projetando uma imagem de determinação e prontidão para defender seus interesses nacionais por todos os meios necessários. A menção de uma resposta “decisiva” sugere uma gama de possíveis ações, que poderiam variar desde contramedidas diplomáticas e econômicas até o uso de força militar. A doutrina de segurança russa, atualizada em 2014 e novamente em 2021, prevê o uso de armas nucleares em caso de ameaça existencial à Federação Russa ou em resposta a ataques com armas de destruição em massa.O cenário internacional tem sido marcado por incidentes e disputas territoriais que aumentam a volatilidade. A Rússia tem acusado países ocidentais e a OTAN de provocarem tensões e de buscarem expandir sua influência em detrimento da segurança russa. Da mesma forma, o Kremlin tem se posicionado como um contraponto à hegemonia ocidental, defendendo uma ordem mundial multipolar. A posição sobre a resposta a agressões é um elemento central dessa estratégia de projeção de poder e dissuasão.As declarações de Lavrov ocorrem em um momento em que a Rússia também se defende de acusações de ações que desestabilizam regiões. Por exemplo, o envolvimento de Israel no Oriente Médio também foi alvo de críticas por parte de Moscou, que vê a escalada de conflitos na região como uma ameaça à estabilidade e aos seus próprios interesses. Essa dualidade de posições – acusando outros de agressão enquanto ameaça com sua própria resposta – reflete a complexa teia de alianças e rivalidades geopolíticas atuais.A comunidade internacional observa com atenção essas declarações, ciente do potencial de escalada de conflitos. A eficácia da dissuasão russa dependerá de como essas ameaças são percebidas pelos potenciais adversários e do grau de apoio que a Rússia consegue mobilizar em sua defesa de uma interpretação de soberania e segurança nacional, em um mundo cada vez mais interconectado e volátil.