As festas de fim de ano, como o Natal e o Ano-Novo, são momentos tradicionalmente associados à celebração, convívio social e, invariavelmente, a uma alimentação mais farta e menos regrada. No entanto, o que muitos não sabem é que esse período também representa um risco elevado para a saúde cardiovascular, com um aumento considerável no número de infartos e outros eventos cardíacos. Essa correlação não é mera coincidência, mas sim o resultado de uma combinação de fatores que sobrecarregam o organismo. Mudanças abruptas na dieta, o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura, sódio e açúcar, aliados à ingestão de bebidas alcoólicas, podem desencadear sérias consequências para o coração, especialmente em indivíduos predispostos ou que já sofrem de doenças cardiovasculares preexistentes. A sobrecarga metabólica e o desequilíbrio hídrico provocado por esses excessos podem levar ao aumento da pressão arterial, retenção de líquidos e alterações no ritmo cardíaco, criando o cenário ideal para um evento agudo. Além das alterações dietéticas, o estresse associado à correria das compras, à organização de eventos, às discussões familiares e à própria confraternização pode elevar os níveis de cortisol e adrenalina, hormônios que impactam negativamente o sistema cardiovascular. A privação de sono, comum nesta época devido às inúmeras atividades sociais e celebrações que se estendem pela madrugada, também contribui para o descontrole do organismo. A falta de descanso adequado dificulta a regulação de funções vitais, incluindo a pressão arterial e o metabolismo energético, potencializando os riscos de complicação. A interrupção da rotina de exercícios físicos, frequentemente substituída por longas horas de sedentarismo durante as festas e viagens, agrava ainda mais o quadro. A atividade física regular é um pilar fundamental na manutenção da saúde do coração, auxiliando no controle do peso, da pressão arterial e dos níveis de colesterol. A sua ausência, somada aos outros fatores de risco, cria um ambiente propício para o desenvolvimento ou agravamento de problemas cardiovasculares. Portanto, é crucial estar ciente desses perigos e adotar medidas preventivas para garantir que as celebrações de fim de ano não se transformem em um pesadelo para a saúde. A prevenção passa, primordialmente, pelo bom senso e pela moderação. Uma alimentação equilibrada, mesmo durante as festas, é uma estratégia eficaz. Optar por porções menores, priorizar saladas, frutas e legumes, e consumir carnes magras com moderação são atitudes que fazem a diferença. Evitar o exagero em doces, frituras e bebidas alcoólicas, intercalando o consumo de álcool com água, também ajuda a minimizar os impactos negativos no organismo. Manter a hidratação adequada é fundamental, pois a água auxilia na regulação da pressão arterial e na eliminação de toxinas. Além disso, é importante tentar manter uma rotina de sono o mais regular possível, mesmo com os compromissos sociais. Pequenas pausas durante o dia e evitar o consumo de cafeína antes de dormir podem contribuir para um descanso mais reparador. Se possível, incluir breves momentos de atividade física na rotina, como caminhadas curtas, pode ser benéfico para manter o corpo em movimento. Em caso de dúvidas ou para indivíduos com histórico de doenças cardiovasculares, a consulta médica prévia é indispensável para receber orientações personalizadas e monitorar a saúde durante este período de maior vulnerabilidade. A atenção à saúde deve ser contínua, especialmente em épocas que desafiam o bem-estar do corpo e da mente.