Relator da MP propõe taxação de 7,5% para LCI e LCA, gerando debate no mercado
A proposta de estabelecer uma taxação de 7,5% sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) surgiu no âmbito da medida provisória (MP) que visa substituir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em determinados cenários. O relator responsável pela MP alternativa ao IOF, que ainda está em negociação com o governo, indicou que esse percentual de 7,5% seria aplicado sobre os rendimentos dessas aplicações. Essa sugestão, caso seja concretizada, representa uma mudança significativa em relação à isenção de Imposto de Renda que LCIs e LCAs tradicionalmente desfrutam, abrindo debate sobre a reconfiguração da tributação no setor financeiro brasileiro. A medida, que também prevê alterações no Imposto de Renda sobre outras aplicações financeiras, visa gerar novas receitas para o governo e harmonizar a carga tributária em diferentes modalidades de investimento, buscando, segundo o governo, maior justiça fiscal. A proposta também contempla a manutenção da isenção de Imposto de Renda para debêntures incentivadas, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), modalidade esta última bastante utilizada pelo setor do agronegócio. A decisão final sobre a taxação das LCIs e LCAs ainda depende de conversações com o governo federal, ponderando os impactos econômicos e setoriais. A bancada do agronegócio já manifestou forte oposição à ideia de taxar LCAs, argumentando que tal medida prejudicaria o financiamento do setor e sua competitividade no mercado. A expectativa é que a negociação inclua a análise de diversas variáveis e possíveis ajustes na proposta original, equilibrando a necessidade de arrecadação com os incentivos a setores estratégicos da economia brasileira e a manutenção da atratividade dos investimentos em renda fixa. Este debate reflete um movimento mais amplo de revisão da política tributária brasileira, visando adaptá-la às novas realidades econômicas e às demandas por um sistema mais equitativo e eficiente.