O presidente russo Vladimir Putin reiterou sua preocupação com o que descreveu como uma caminhada do mundo em direção a uma Terceira Guerra Mundial, em um contexto de tensões geopolíticas crescentes. Essa declaração reflete um temor generalizado diante da persistência do conflito armado na Ucrânia e das suas repercussões globais, incluindo a instabilidade econômica e a realocação de alianças internacionais. A retórica de expansão territorial por parte da Rússia, que considera que “onde pisa um soldado, ali é nosso”, sinaliza a intransigência em relação aos seus objetivos e a não aceitação da soberania e integridade territorial ucraniana. Essa visão de Putin, onde a própria Ucrânia é vista como um território russo, aprofunda o impasse e dificulta qualquer negociação de paz que respeite o direito internacional. O líder russo também associou a não ocorrência da guerra à possível presença de Donald Trump no poder dos Estados Unidos, insinuando que uma abordagem diferente por parte da política externa americana poderia ter evitado o conflito. Essa fala busca desviar a responsabilidade direta da Rússia pela invasão e contextualizar a guerra no âmbito de uma disputa de poder mais ampla entre grandes potências, onde as políticas de Washington teriam um papel crucial. Essa estratégia de culpar atores externos ou potências estrangeiras pela eclosão de conflitos é recorrente em discursos de líderes autoritários para justificar suas ações e consolidar apoio interno. A Rússia não descarta a ocupação de novos territórios ucranianos, o que implica em uma estratégia de expansão contínua e a possibilidade de anexações futuras, como ocorreu na Crimeia e em outras regiões. Essa política de fato consumado tem sido uma característica marcante da abordagem russa no conflito, buscando consolidar ganhos militares e transformá-los em realidades políticas incontestáveis. A comunidade internacional tem amplamente condenado essas ações, considerando-as violações do direito internacional e da soberania dos Estados. As consequências dessas ambições territoriais vão além da Ucrânia, impactando a segurança europeia e global, além de gerar crises humanitárias e deslocamentos em massa. A perspectiva de uma Terceira Guerra Mundial, ainda que um cenário extremo, é um alerta importante sobre os riscos de uma escalada militar descontrolada. A diplomacia e a busca por soluções pacíficas, baseadas no respeito aos princípios do direito internacional e na soberania de todas as nações, tornam-se ainda mais cruciais nesse cenário. A afirmação de Putin sobre a propriedade russa de toda a Ucrânia representa um obstáculo significativo para a resolução do conflito, pois desconsidera a autodeterminação do povo ucraniano e as fronteiras internacionalmente reconhecidas, evidenciando a profundidade da crise e a necessidade urgente de esforços em prol da paz sustentável.