A psoríase, uma doença inflamatória crônica da pele, manifesta-se através de lesões avermelhadas e descamativas, frequentemente acompanhadas de coceira intensa. No entanto, seu impacto transcende a esfera dermatológica, atingindo de maneira profunda a saúde mental e emocional dos indivíduos afetados. A visibilidade das lesões cutâneas pode gerar constrangimento, vergonha e isolamento social, culminando em uma redução significativa da autoestima e qualidade de vida. A constante luta contra as manifestações da doença, como descreveu Renata Saldanha, reflete o desafio de conviver com uma condição autoimune que ataca o próprio corpo. O estigma associado à psoríase, muitas vezes vista erroneamente como algo contagioso ou relacionado à falta de higiene, agrava ainda mais o sofrimento dos pacientes, criando barreiras no convívio social e profissional. Este sofrimento psicológico demanda uma abordagem terapêutica multidisciplinar, que inclua apoio psicológico e estratégias para o fortalecimento da autoestima. Além das complicações cutâneas e psicológicas, a psoríase é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento da artrite psoriásica. Esta condição inflamatória afeta as articulações, causando dor, inchaço, rigidez e, em casos mais graves, deformidades e incapacidade funcional. A relação entre a inflamação cutânea e a inflamação articular é complexa, mediada por mecanismos imunológicos compartilhados. A importância do diagnóstico precoce e do tratamento contínuo da psoríase, ressaltada em iniciativas como o Dia Mundial da Psoríase, é fundamental para controlar a doença, prevenir suas manifestações extra-articulares e melhorar o prognóstico a longo prazo. A conscientização pública e a desmistificação da psoríase são cruciais para combater o estigma e garantir que os pacientes recebam o suporte necessário em todas as esferas da sua saúde.