Proteína em Tudo: A Ciência Analisa a Febre da Proteína no Brasil
A onda de produtos que prometem um impulso proteico, de iogurtes a refrigerantes, tem se tornado um fenômeno no Brasil. Estudos recentes, como o divulgado pelo G1 e pelo Estadão, indicam que o brasileiro médio não necessita de suplementação proteica adicional, desmistificando a necessidade de pães e pipocas enriquecidos. Este cenário levanta questionamentos sobre o marketing agressivo e a real demanda criada em torno da proteína.
A proteína é, sem dúvida, um macronutriente essencial para diversas funções corporais, incluindo a construção e reparo de tecidos, produção de enzimas e hormônios, e manutenção do sistema imunológico. No entanto, a maioria dos alimentos consumidos em uma dieta equilibrada já fornece quantidades adequadas para a população em geral cujos níveis de atividade física são considerados normais. A busca incessante por mais proteína pode, em alguns casos, levar a um desequilíbrio nutricional.
O que a ciência nos alerta é sobre os riscos do excesso. Conforme apontado por especialistas, uma ingestão proteica desmedida pode sobrecarregar os rins, que são responsáveis pela excreção do excesso de nitrogênio proveniente do metabolismo das proteínas. Além disso, dietas muito ricas em proteínas, especialmente aquelas com pouca fibra e vegetais, podem levar a problemas digestivos, deficiência de outros nutrientes importantes e até mesmo a um aumento no consumo de gorduras saturadas, dependendo da fonte proteica.
É crucial que o consumidor desenvolva um olhar crítico quanto às alegações de benefícios em produtos ultraprocessados enriquecidos. A mudança de hábitos de consumo, que tem sido observada em todo o país, deve ser guiada pelo conhecimento científico e pela orientação de profissionais de saúde, como nutricionistas, para garantir uma dieta balanceada e segura, evitando modismos que podem trazer mais malefícios do que benefícios à saúde a longo prazo.