Projeto Antifacção: Sóstenes e Derrite em Contradição, Risco de Terrorismo Alegado
O projeto de lei antifacção, uma iniciativa do governo paulista para combater organizações criminosas, está no centro de uma polêmica envolvendo declarações divergentes de seus principais articuladores. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que não tinha conhecimento prévio de qualquer intenção de incluir o tema terrorismo em suas pautas, um ponto crucial levantado pelo Secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite. Essa dissonância sinaliza uma comunicação falha ou uma reinterpretação das estratégias para aprovação da matéria, que busca endurecer penas e dificultar a atuação de facções criminosas no estado, com potencial impacto nacional Em meio a debates acalorados, como o protagonizado por Hugo Motta, líder do PT, que defendeu Derrite em um embate público, o próprio Derrite expressou preocupação. Segundo ele, a inclusão de discussões sobre terrorismo no escopo do projeto pode ser prejudicial à sua tramitação e aprovação. Essa cautela se baseia na complexidade de definir e tipificar atos terroristas, algo que poderia gerar mais obstáculos jurídicos e políticos do que soluções práticas para o combate às facções, além de atrair olhares de órgãos internacionais e especialistas em segurança antiterrorismo A situação se agrava com a percepção de alguns bolsonaristas, que admitiram ter caído em uma aparente “cilada” ao designar Derrite como relator do PL antifacção, especialmente após as recentes declarações sobre o terrorismo. A intenção inicial seria ter um aliado forte na relatoria para impulsionar o projeto, mas as complexidades emergentes e as divergências internas parecem ter transformado a nomeação em um desafio inesperado, levantando questionamentos sobre a coordenação da bancada Com o governo comemorando um recuo, ou pelo menos um ajuste de rota, por parte de Derrite, que parece agora mais focado em desvincular o projeto de discussões sobre terrorismo, o PL antifacção navega em águas turbulentas. A rejeição da nova versão, que possivelmente buscava simplificar o texto, demonstra a dificuldade em conciliar visões distintas e garantir apoio para uma proposta que, embora necessária, esbarra em questões técnicas, políticas e de estratégia comunicacional. A articulação política para aprovar um projeto de tamanha relevância exige consenso e clareza, elementos que parecem escassos no momento atual.