O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quarta-feira o julgamento da ação penal contra Jair Bolsonaro e seus aliados por suposta participação em uma trama golpista. O primeiro dia de sessão foi particularmente notório pela ausência do próprio ex-presidente, que, segundo sua defesa, estaria impedido de comparecer por questões de saúde. Essa ausência já havia sido antecipada, gerando especulações sobre o impacto na sustentação de sua defesa. A defesa de Bolsonaro tem preparado argumentos para contestar as acusações, buscando desqualificar provas e questionar a competência da Justiça para julgar o caso, numa estratégia que visa minimizar os danos políticos e jurídicos para o ex-mandatário. Durante o julgamento, observadores notaram que o ambiente na Primeira Turma do STF foi permeado por discussões sobre o papel de figuras internacionais e, em determinado momento, surgiram elogios direcionados a alguns ministros da Corte, um movimento interpretado por alguns como uma tentativa de buscar um ambiente mais favorável ou de reconhecimento da importância do momento histórico. O roteiro da sessão foi minucioso, com a leitura das acusações, a apresentação dos depoimentos iniciais e a formulação de quesitos que nortearão a continuidade do processo. A expectativa é que os próximos dias revelem mais detalhes sobre as evidências apresentadas e as teses defendidas pelas partes envolvidas, configurando um dos julgamentos mais relevantes da história recente do Brasil, com potenciais reflexos na dinâmica política nacional e na consolidação da democracia. A participação de figuras como o ex-presidente Donald Trump, embora indireta, adiciona uma camada de complexidade internacional à análise, conectando os eventos brasileiros a um contexto global de ascensão de discursos populistase questionamentos às instituições democráticas.