Uma recente atualização nas diretrizes médicas nacionais e internacionais tem reclassificado a faixa de pressão arterial considerada pré-hipertensão. Anteriormente, a pressão de 12 por 8 mmHg era frequentemente vista como um limite inferior de normalidade ou um indicativo para atenção a hábitos de vida. No entanto, com as novas recomendações, essa marca passa a ser reconhecida como um sinal de alerta, configurando um estado de pré-hipertensão. Essa mudança reflete um entendimento mais aprofundado sobre os riscos cardiovasculares associados a níveis pressóricos que, embora não atinjam o limiar diagnóstico deHipertensão Arterial Sistêmica (HAS), já demonstram um aumento no risco de desenvolvimento futuro da doença e de outras complicações associadas. A adoção dessa nova classificação visa um diagnóstico mais precoce e a implementação de medidas preventivas mais eficazes, antes que a condição progrida para estágios mais graves. A nova classificação é um reflexo do avanço contínuo na compreensão da fisiopatologia cardiovascular e na identificação de fatores de risco. Estudos epidemiológicos robustos e pesquisas sobre os mecanismos moleculares da regulação da pressão arterial contribuíram para a revisão das metas e dos limiares diagnósticos. A Sociedade Brasileira de Cardiologia, em conjunto com outras instituições de renome, busca alinhar as práticas médicas às melhores evidências científicas globais, com o objetivo primordial de reduzir a carga das doenças cardiovasculares na população brasileira, que representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade no país. Essa reclassificação não implica necessariamente o início imediato de tratamento medicamentoso para todos os indivíduos nessa faixa, mas reforça a importância de um acompanhamento médico regular e da adoção de um estilo de vida saudável. Modificações no padrão alimentar, com redução da ingestão de sódio, aumento do consumo de frutas, vegetais e grãos integrais, a prática regular de atividade física, a manutenção de um peso corporal adequado e o controle do estresse são pilares fundamentais para a prevenção e o manejo da pré-hipertensão. Em alguns casos, dependendo do perfil de risco individual e da presença de outros fatores de risco cardiovasculares, o médico poderá orientar sobre a necessidade de intervenções mais específicas. É crucial que a população esteja ciente dessas mudanças e procure orientação médica para uma avaliação individualizada e o estabelecimento de um plano de cuidados personalizado, visando a promoção da saúde cardiovascular a longo prazo. Consultar um profissional de saúde é o passo mais importante para entender o seu estado de pressão arterial e as melhores estratégias para mantê-la em níveis saudáveis.