O presidente da Áustria confirmou que não participará da 30ª Conferência das Partes (COP30), que ocorrerá em Belém, no Brasil. A principal justificativa apresentada para a ausência do líder europeu são os custos considerados exorbitantes para a delegação em função da viagem e estadia na capital paraense. Essa decisão levanta questionamentos sobre a acessibilidade e o planejamento logístico de grandes eventos internacionais, especialmente quando sediados em locais com infraestrutura ainda em desenvolvimento para grandes fluxos turísticos e de delegações oficiais. A notícia reacende o debate sobre a sustentabilidade e a viabilidade econômica da realização de conferências globais em diferentes regiões do planeta, ponderando o impacto ambiental, social e financeiro para os países anfitriões e participantes. A despesa pode ser um fator decisivo para a participação de chefes de Estado e representantes de países com menos recursos, comprometendo a diversidade de vozes e a representatividade nas discussões sobre as mudanças climáticas. Relatos de aumento expressivo nas diárias de hotéis em Belém, com um salto de R$ 70 para R$ 6,3 mil, corroboram a preocupação com os gastos. Para muitas delegações, principalmente as de países em desenvolvimento, esses valores se tornam proibitivos, inviabilizando a presença e a participação ativa nos debates cruciais para o futuro do planeta. A discrepância entre o custo de um dia comum e o de um evento de grande porte evidencia um desafio logístico e de precificação no setor hoteleiro local. Ativistas e especialistas em eventos sustentáveis sugerem alternativas, como a utilização de estruturas mais acessíveis e a descentralização da hospedagem, para mitigar os altos custos e tornar a participação mais inclusiva. O foco recai também na necessidade de um planejamento mais estratégico por parte dos organizadores, buscando soluções que equilibrem a necessidade de acomodações de qualidade com preços justos, permitindo que todos os interessados possam contribuir para as discussões climáticas globais sem que o fator financeiro seja um impeditivo. Eventos como a COP30 são fundamentais para a troca de conhecimento, a negociação de acordos e a definição de políticas para combater o aquecimento global. A ausência de líderes importantes, por questões financeiras, pode enfraquecer o alcance e a efetividade dessas conferências, além de gerar uma imagem negativa sobre a capacidade de um país em sediar eventos dessa magnitude de forma acessível e inclusiva. A busca por modelos mais flexíveis e economicamente viáveis para a participação internacional em eventos climáticos é um tema cada vez mais relevante.