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Prefeito do Rio denuncia manobra para aumentar voos no Santos Dumont e acusa LATAM

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, manifestou forte preocupação e denúncia em relação a um possível movimento que visa alterar as regras atuais que limitam o número de voos no Aeroporto Santos Dumont. Segundo o prefeito, essa iniciativa estaria sendo impulsionada por interesses econômicos específicos, com um destaque negativamente direcionado à companhia aérea LATAM. Paes alega que há pressões sendo exercidas para flexibilizar o teto de operações diárias no aeroporto, o que, em sua visão, traria consequências negativas para a mobilidade urbana e a qualidade de vida na cidade. O argumento principal é que o Santos Dumont, por sua localização central e restrições de espaço, já opera em sua capacidade máxima, e um aumento no fluxo de aeronaves intensificaria o ruído, o tráfego terrestre e a poluição. A medida, caso aprovada, poderia afetar diretamente a experiência dos cariocas e turistas que utilizam o modal aéreo na capital fluminense. Paes foi além ao mencionar a existência de supostas “forças ocultas” atuando nos bastidores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão responsável pela regulamentação do setor aéreo no Brasil. Ele sugere que decisões técnicas estariam sendo influenciadas por lobbies e agendas particulares, em detrimento do interesse público e do planejamento urbano da cidade. Essa acusação lança uma sombra de dúvida sobre a imparcialidade e o processo decisório dentro da agência reguladora, um tema sensível para a governança pública. A Anac, por sua vez, já emitiu comunicados rebatendo as críticas, defendendo sua autonomia técnica e a transparência em seus processos, indicando que eventuais discussões sobre os limites de voos são baseadas em estudos e pareceres técnicos. A polêmica envolvendo o Santos Dumont não é nova e reflete um debate constante sobre o papel e a capacidade dos aeroportos centrais em grandes metrópoles. Aeroportos como o Santos Dumont, por sua localização privilegiada, oferecem conveniência para viajantes de negócios e lazer, mas também geram desafios significativos de infraestrutura e impacto ambiental. A restrição de voos, implementada em 2019, visava justamente mitigar esses impactos, promovendo um equilíbrio entre a conectividade aérea e a sustentabilidade urbana. A discussão sobre a sua flexibilização reacende o debate sobre qual seria o modelo ideal para a aviação em áreas urbanas densamente povoadas. O descontentamento do prefeito Eduardo Paes sublinha a importância da coordenação entre os governos federal e municipal e as empresas do setor aéreo. A disputa demonstra a complexidade de alinhar interesses corporativos, necessidades da população e políticas públicas de desenvolvimento urbano e ambiental. A expectativa é que o Ministério de Portos e Aeroportos, juntamente com a Anac, avaliem cuidadosamente todas as perspectivas antes de tomar uma decisão que impactará diretamente a cidade do Rio de Janeiro e o futuro do Aeroporto Santos Dumont.