O preço do café arábica alcançou um marco notável nesta segunda-feira (15), superando a marca de US$ 4 por libra-peso. Este rompimento de resistência é um reflexo de uma conjunção de fatores que vêm moldando o mercado global de café. A escassez global, exacerbada por condições climáticas adversas em importantes regiões produtoras, tem limitado a oferta. Combinado com uma demanda robusta, especialmente por cafés de maior qualidade, o cenário torna-se propício para a valorização. Analistas apontam que essa alta pode persistir, caso as condições de oferta e demanda permaneçam desfavoráveis aos consumidores. A busca por cafés especiais, que valorizam atributos como origem, processo e notas sensoriais únicas, também contribui para essa tendência de elevação nos preços, especialmente para variedades de alta qualidade como o arábica. Enquanto o mercado caminha para novos patamares de preço, um outro cenário preocupante se desenha para as exportações brasileiras. Dados recentes indicam uma queda expressiva nas exportações de café especial e solúvel do Brasil para os Estados Unidos. Esta retração é atribuída, em grande parte, às tarifas impostas pelo governo norte-americano, que encareceram o produto brasileiro no mercado consumidor. Segundo as entidades do setor, a redução nas exportações de café solúvel chegou a 4%, evidenciando o impacto direto do chamado tarifaço. O café especial também sofreu um baque considerável, gerando apreensão entre produtores e exportadores brasileiros que veem naquele mercado um importante destino para seus produtos. O cenário desafiador pode forçar uma readequação nas estratégias de comercialização do café brasileiro, buscando diversificar mercados ou fortalecer o consumo interno. A situação realça a importância da estabilidade nas políticas comerciais internacionais para a saúde do agronegócio.