A Pré-COP, evento preparatório para a Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que acontecerá em Belém, no Pará, está sendo marcada por um cenário de incerteza e baixo engajamento de importantes atores globais. Com menos da metade dos países confirmados para a principal conferência climática do ano, a participação e o avanço nas negociações enfrentam um desafio significativo. A ausência de um compromisso claro por parte de nações europeias e a não confirmação da presença dos Estados Unidos levantam preocupações sobre a força dos acordos que poderão ser firmados, em um momento crucial para a definição de metas e ações concretas no combate às mudanças climáticas. O Brasil, como país anfitrião, tem buscado mobilizar esforços e garantido seu empenho, mas o sucesso de um evento de tamanha magnitude depende da colaboração e da presença de todas as nações.

O Vice-Presidente Geraldo Alckmin tem liderado os esforços para reforçar o compromisso do Brasil com a COP30, destacando a importância da conferência para o futuro do planeta e instando por um maior apoio da comunidade internacional. Em declarações recentes, ele enfatizou que o país está empenhado em sediar um evento produtivo e que busca criar um ambiente propício para negociações frutíferas. No entanto, o baixo número de países confirmados a menos de um mês do evento sugere que os desafios diplomáticos são consideráveis. A necessidade de financiamento climático, a transição energética justa e a proteção de ecossistemas vulneráveis são temas centrais que exigirão um alto nível de participação e disposição para acordos.

A pouca adesão de países europeus, tradicionalmente ativos em discussões climáticas, e a ausência de uma confirmação oficial dos Estados Unidos são pontos que merecem atenção especial. Essas ausências podem indicar divergências em relação aos objetivos e às responsabilidades financeiras esperadas, ou simplesmente um planejamento diplomático em andamento. O objetivo das Pré-COPs é justamente facilitar o diálogo prévio, alinhar expectativas e acelerar a elaboração de propostas para que a COP principal seja mais resolutiva. A pouca participação nos encontros preparatórios, como a que está ocorrendo, espelha o alto grau de informalidade e a incerteza que circundam a própria COP30, gerando apreensão sobre o alcance das metas estabelecidas no Acordo de Paris e a urgência de acelerar a ação climática global.

Com apenas 67 países tendo contribuído para as negociações globais até o momento, a COP30 corre o risco de ser um encontro com impacto limitado se a participação se mantiver neste patamar. A conferência, sediada em Belém, uma cidade que representa a porta de entrada para a Amazônia, tem um simbolismo especial para discutir a importância da conservação e o papel das florestas no combate ao aquecimento global. A expectativa é que, nas próximas semanas, mais países confirmem sua presença e que o interesse nas discussões aumente, assegurando que a COP30 possa ser um marco na luta contra a crise climática, e não apenas mais um evento com poucas resoluções concretas.