Força-Tarefa Combate Receptação de Celulares: Polícia Civil do RJ Intima Mais de 4,2 Mil Usuários
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro deflagrou uma operação de grande escala com o objetivo de coibir o crime de receptação de celulares roubados ou furtados. Mais de 4.200 intimações foram expedidas para indivíduos que, segundo investigações, adquiriram aparelhos com origem ilícita. A iniciativa visa não apenas punir os receptadores, mas também desencorajar a compra de produtos de origem duvidosa, enfraquecendo a cadeia criminosa que alimenta o roubo e furto de celulares no estado. O prazo para que os intimados compareçam às delegacias ou realizem a devolução voluntária dos aparelhos é de 72 horas, sob pena de responderem criminalmente pelo ato. Esta ação marca um passo importante na luta contra um dos crimes mais recorrentes e com maior impacto no cotidiano da população carioca. Diferente de operações anteriores, o foco agora é o usuário final, considerado parte essencial no ciclo do crime de receptação. A legislação brasileira classifica a receptação como crime, podendo levar à reclusão de um a oito anos, além de multa, em sua forma simples. A forma culposa, quando o adquirente não tem conhecimento da origem ilícita, mas deveria ter tido com diligência normal, também é punível, embora com penas mais brandas (detenção de um a três anos). A operação da Polícia Civil, em especial a modalidade dolosa, busca responsabilizar aqueles que, conscientemente ou por negligência grave, contribuem para a manutenção deste mercado ilegal. Além do caráter punitivo, a operação busca conscientizar a população sobre os riscos e as consequências de adquirir produtos sem procedência. A compra de celulares roubados ou furtados, mesmo que por preços mais atrativos, alimenta diretamente as organizações criminosas que operam o roubo. Ao adquirir um aparelho de origem suspeita, o consumidor se torna cúmplice, mesmo que indiretamente, do dano causado à vítima original e para a sociedade como um todo. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da sua Divisão de Combate a Crimes de Informática (DCFI) e equipes especializadas, utiliza ferramentas tecnológicas para rastrear a origem dos aparelhos e identificar seus atuais possuidores. A partir de dados de IMEI, registros de compra e informações de operadoras, é possível cruzar dados e chegar aos receptadores. O Projeto Recupera, que tem como objetivo a recuperação de bens e a coibição de crimes como a receptação, tem sido uma ferramenta fundamental para consolidar essas ações. O sucesso desta iniciativa depende em grande parte da colaboração da sociedade. A entrega voluntária dos aparelhos, dentro do prazo estipulado, pode mitigar as penalidades legais, além de contribuir para a restituição do bem aos seus legítimos donos. Aqueles que receberem as intimações são orientados a procurar a delegacia indicada com o aparelho, comprovante de compra ou, na ausência deste, relatar a procedência do bem. A omissão ou a tentativa de burlar a ação policial podem agravar significativamente a situação legal dos envolvidos. A iniciativa visa, em última instância, desestimular o roubo e furto, ao tornar mais arriscada e menos lucrativa a compra de celulares de procedência duvidosa.