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PF aponta movimentação de R$ 30 milhões de Bolsonaro em um ano; filhos também sob escrutínio

A Polícia Federal (PF) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório detalhado apontando uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 30 milhões na conta do ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo de um ano. Essa cifra expressiva, que inclui depósitos em espécie e transferências, já levantou investigações sobre a origem e legalidade dos fundos, com potencial envolvimento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que também registrou movimentações semelhantes. A análise policial busca esclarecer se os valores declarados condizem com os rendimentos oficiais e se há indícios de ocultação de patrimônio ou lavagem de dinheiro, um tema recorrente em investigações envolvendo políticos de alta

O relatório da PF não se limita ao ex-presidente. Documentos utilizados como base para a análise indicam que os filhos de Bolsonaro, Eduardo e Carlos, também estão sob escrutínio por movimentações financeiras significativas. Eduardo Bolsonaro teria recebido cerca de R$ 4,1 milhões em menos de dois anos, enquanto Carlos Bolsonaro movimentou R$ 4,8 milhões em um período de um ano. Essas quantias, consideradas vultosas, ampliam o escopo da investigação, que agora abrange um núcleo familiar com responsabilidades públicas, e buscam identificar qualquer desvio ou uso indevido de recursos que possa ter ocorrido durante os mandatos e após.

Um aspecto particularmente notório da investigação envolve o pagamento de R$ 70 mil feito por Bolsonaro a uma lotérica localizada no interior de São Paulo, que seria de propriedade do irmão do ex-presidente. Essa transação específica alimenta ainda mais as suspeitas de nepotismo e possível favorecimento em negócios privados, levantando questões sobre a ética administrativa e o uso de verbas públicas em benefício de parentes. A PF busca entender a natureza desse pagamento e sua relação com as demais movimentações financeiras.

A investigação em curso pela Polícia Federal, com base em dados do Coaf e outras fontes, insere-se em um contexto mais amplo de escrutínio sobre as finanças de figuras públicas no Brasil. O objetivo é assegurar a transparência e a legalidade nas transações financeiras, garantindo que os recursos públicos e privados sejam utilizados de forma adequada e que não haja espaço para corrupção ou ilícitos. A celeridade e a profundidade com que o STF conduzirá o caso serão determinantes para estabelecer a responsabilidade e as consequências legais para os envolvidos.