Perícia aponta diferenças em minuta com Torres; Cid e Braga Netto em acareação no STF
Uma perícia recente apontou que a minuta encontrada com o ex-ministro Anderson Torres apresenta diferenças significativas em relação à versão que foi apresentada a comandantes militares. Essa descoberta levanta novas questões sobre a autenticidade e a intencionalidade do documento, que é peça central em investigações sobre possíveis planos de ruptura institucional. A divergência detalhada pela perícia pode indicar manipulação ou uma evolução nas ideias que circulavam em determinados círculos. A análise forense busca determinar a origem e a linha do tempo do documento, bem como identificar quem teve acesso a ele e em que momento. As conclusões preliminares da perícia, divulgadas pela CNN Brasil, sugerem que a versão apreendida poderia ser uma tentativa de ocultar ou alterar as intenções originais expressas na minuta.
Em outro desenvolvimento crucial para as investigações, o ministro Alexandre de Moraes confirmou que o advogado de Jair Bolsonaro terá permissão para acompanhar as acareações no Supremo Tribunal Federal. O foco principal dessas acareações é a contraditória versão dos fatos apresentada pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Cid, que está preso, deverá ser confrontado com o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e ex-chefe da Casa Civil, general Augusto Heleno e com o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto. A defesa de Bolsonaro alega que a presença do advogado é fundamental para garantir a ampla defesa de seu cliente, que também é investigado no âmbito da mesma operação. A decisão de Moraes permite que a defesa acompanhe o depoimento e faça eventuais observações, mas a condução da acareação permanece sob a autoridade do tribunal.
As acareações entre Mauro Cid e o general Braga Netto surgem no contexto da Operação da Polícia Federal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado e a minuta encontrada em posse de Anderson Torres. Informações divulgadas pelo O Globo indicam que Cid pretende manter sua versão sobre a entrega de dinheiro em uma caixa de vinho, um detalhe que pode ter conexões com o financiamento de atividades investigadas. A investigação busca apurar se houve planejamento e articulação para impedir a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com base em documentos e depoimentos coletados. O STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, tem sido o epicentro dessas apurações, reunindo provas e colhendo depoimentos para elucidar os fatos.
InfoMoney e outros veículos noticiam que a tentativa de golpe é o ponto central da investigação que levará Mauro Cid e Braga Netto frente a frente. A possibilidade de um golpe de Estado tem sido debatida intensamente no cenário político brasileiro, e as ações do STF visam esclarecer qualquer dúvida sobre a conduta de autoridades e ex-autoridades. A participação de figuras como Cid, que teria um papel de execução em certas tarefas, e Braga Netto, que ocupava uma posição de destaque no governo anterior, é considerada vital para a compreensão da cadeia de comando e de responsabilidades. A defesa de Bolsonaro, por sua vez, conforme relatado pelo Poder360, expressou o desejo de que seu advogado pudesse acompanhar estas sessões, reforçando a tese de que as ações investigadas não constituem um plano golpista. A expectativa é que as acareações forneçam elementos adicionais para a conclusão das investigações e para possíveis desdobramentos judiciais.