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Paes defende permanência da Susep no Rio e critica transferência para Brasília

O debate sobre a realocação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) ganhou força com a manifestação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Paes declarou ter conversado com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para defender a manutenção da sede da autarquia em solo carioca. Segundo o prefeito, a capital fluminense possui uma forte vocação histórica e técnica para sediar órgãos do setor de seguros e previdência complementar, e qualquer mudança acarretaria em perdas de capital intelectual e impacto negativo na economia local. A preservação da Susep no Rio seria fundamental para a continuidade do desenvolvimento do mercado de seguros e para a manutenção de empregos qualificados na cidade. Além do prefeito, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio de Janeiro (OAB/RJ) também se posicionou veementemente contra a transferência. A entidade alertou para os prejuízos econômicos e institucionais que a mudança poderia causar, argumentando que a Susep consolidou sua atuação no Rio de Janeiro ao longo de décadas, construindo um ecossistema de conhecimento e expertise que seria desmantelado com a realocação. A OAB/RJ enfatizou a importância da Susep como órgão regulador e fiscalizador, e a necessidade de garantir a estabilidade e a continuidade de suas operações em sua base histórica. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também se uniu às críticas, classificando a decisão de transferência da Susep para Brasília como um equívoco. Castro destacou o forte impacto negativo que a medida teria não apenas para o mercado de seguros, mas também para o próprio estado, que perderia um importante órgão federal. A repercussão negativa foi endossada pela própria Superintendência de Seguros Privados, que em nota oficial, confirmou conhecimento sobre a existência de um decreto que prevê a possibilidade de transferência da sede, mas assegurou que está acompanhando as discussões e buscando os melhores caminhos para a entidade e para o mercado. A movimentação em defesa da Susep no Rio de Janeiro reflete a preocupação de diversas esferas de poder e da sociedade civil com a descontinuidade administrativa e o potencial esvaziamento de um centro de excelência. A transferência de órgãos públicos federais para Brasília tem sido uma política de alguns governos, visando, em tese, a maior proximidade com o centro de decisão político-administrativo. No entanto, neste caso específico, a resistência demonstra que os critérios econômicos e a manutenção de polos de competência técnica e de mercado também devem ser considerados de forma primordial no planejamento e nas decisões governamentais, especialmente quando envolvem órgãos com forte inserção em um setor econômicamente relevante como o de seguros.