Um homem no Arizona, Estados Unidos, faleceu após contrair uma infecção pela Yersinia pestis, a bactéria responsável pela devastadora Grande Peste, que assolou a Europa na Idade Média. O diagnóstico foi de peste pneumônica, a forma mais grave da doença, que afeta os pulmões e pode ser transmitida entre humanos através de gotículas respiratórias. Esta ocorrência rara serve como um lembrete sombrio de que patógenos históricos ainda representam uma ameaça à saúde pública moderna, mesmo que de forma esporádica e em locais remotos. A própria Yersinia pestis evoluiu ao longo dos séculos, mas sua capacidade de causar doença grave permanece intacta. A transmissão da peste em humanos geralmente ocorre pela picada de pulgas infectadas que se alimentaram de roedores doentes, como ratos. No entanto, a forma pneumônica pode se espalhar diretamente de pessoa para pessoa, tornando o controle e o tratamento ainda mais urgentes. Embora a peste seja hoje tratável com antibióticos, seu diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações fatais. A grande mortalidade da Peste Negra na Idade Média, que dizimou uma parcela significativa da população europeia, deveu-se à ausência de tratamentos eficazes e ao desconhecimento sobre a forma de transmissão e prevenção. A contaminação atual nos EUA, apesar de trágica, reforça a importância das medidas de saúde pública e da vigilância epidemiológica contínua. A região onde o paciente residia, no Arizona, é conhecida por abrigar roedores que podem ser portadores da bactéria, o que sugere que a infecção provavelmente se deu através de contato com animais infectados ou suas pulgas. As autoridades de saúde locais estão monitorando a situação e implementando medidas para prevenir a disseminação da doença, incluindo a realização de inquéritos e o tratamento profilático de potenciais expostos. Este evento ressalta a persistência de zoonoses e a necessidade de atenção constante às doenças infecciosas, mesmo aquelas consideradas do passado.