Osmar Stábile assumiu oficialmente nesta terça-feira (20 de forma administrativa e com a eleição ainda para o fim de 2026 é o novo presidente do Corinthians. A vitória do candidato em sua eleição busca impor uma nova dinâmica de governança no clube, especialmente em um momento onde as finanças e a reconstrução da identidade do Timão passam por um período delicado. A sua posse visa, antes de tudo, oferecer um senso de continuidade e tranquilidade para a torcida, que tem vivenciado um período de instabilidade nos bastidores, com constantes trocas de liderança e visões conflitantes sobre o futuro da equipe. O novo mandatário tem um desafio colossal pela frente, que envolve não apenas a gestão diária do clube, mas também a reestruturação financeira e esportiva para recolocar o Corinthians nos trilhos.

Um dos pontos cruciais da nova gestão, conforme antecipado durante a campanha eleitoral, é a busca por serenidade e a contenção de influências externas que possam desestabilizar o planejamento a longo prazo. A eleição de Stábile é vista por muitos como uma tentativa de frear a projeção de Andrés Sanchez, ex-presidente e figura importante no clube, mas que tem demonstrado divergências sobre o rumo do departamento de futebol. A estratégia parece clara: consolidar uma liderança com identidade própria e focada em resultados mais sustentáveis, distanciando-se de decisões que possam ter caráter mais pessoal ou de curto prazo, o que impacta diretamente na credibilidade e na capacidade de atração de investimentos sérios.

No que tange à saúde financeira do clube, a situação é alarmante. Com dívidas que ultrapassam os R$ 5,5 bilhões, o Corinthians enfrenta um cenário de restrições que limitam, e muito, a capacidade de investimento em grandes contratações ou em obras de infraestrutura. A capacidade de Stábile em negociar com credores, renegociar passivos e atrair patrocinadores e investidores será fundamental para o futuro do clube. A declaração de Stábile em deixar a porta aberta para dirigentes de gestões passadas indica uma estratégia de buscar experiência e colaboração, mas o desafio será filtrar essas contribuições, garantindo que sirvam ao interesse coletivo do clube e não a agendas particulares, o que pode ser um ponto de atenção para a gestão.

Além dos aspectos administrativos e financeiros, o corpo do elenco e o futuro de jogadores específicos também estão sob os holofotes. A menção a Memphis Depay, por exemplo, embora não confirmada como investimento direto, reflete o desejo da torcida e da diretoria em ver o Corinthians novamente disputando talentos de alto nível. No entanto, é preciso ter cautela e pragmatismo, pois qualquer investimento pesado precisará ser muito bem justificado e, preferencialmente, viabilizado por meio de receitas próprias ou garantias sólidas. O contexto das finanças do clube, somado à necessidade de planejamento a longo prazo, torna a gestão de Stábile um verdadeiro laboratório para a gestão esportiva em tempos de crise e grandes desafios.