Lideranças da oposição venezuelana, encabeçadas por María Corina Machado, confirmaram a realização de contatos com o governo de Donald Trump, sinalizando uma aliança estratégica com os Estados Unidos em meio à prolongada crise política e humanitária na Venezuela. Essa articulação se dá em um momento de crescente ceticismo em relação às tentativas de mediação internacional, especialmente aquelas propostas por figuras como o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A postura da oposição demonstra uma clara preferência por uma abordagem mais direta e firme em relação ao regime de Nicolás Maduro, alinhada com as políticas de sanção e pressão adotadas pela administração Trump. Ao mesmo tempo, a oposição explicitou suas preocupações com a oferta de mediação de Lula, descrevendo-a como uma potencial armadilha destinada a enfraquecer a posição de Trump e legitimar o governo Maduro. Essa desconfiança se baseia em percepções anteriores sobre a política externa brasileira em relação à Venezuela, que, em alguns momentos, foram vistas como mais lenientes com o regime chavista, contrastando com a postura mais intervencionista e de apoio à alternância democrática defendida pelos Estados Unidos sob Trump. A opinião pública e setores da comunidade internacional acompanham com atenção os desdobramentos dessa complexa diplomacia, que envolve não apenas a Venezuela, mas também as dinâmicas regionais e as relações entre potências globais. A questão da soberania venezuelana, a crise humanitária e a busca por uma solução democrática continuam sendo os pilares centrais do debate, com diferentes atores buscando influenciar o resultado final de maneiras distintas e com interesses próprios. A rejeição à mediação de Lula por parte da oposição venezuelana e a confirmação de diálogos com o governo Trump destacam as profundas divergências existentes sobre o caminho a ser seguido para superar o impasse político.