Operação Route 156: PF e CGU desarticulam esquema de fraudes em licitações do DNIT no Amapá
A Operação Route 156, resultado de uma investigação conjunta entre a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), expôs um complexo esquema de fraudes em licitações públicas relacionadas a obras executadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Amapá. As apurações iniciaram-se a partir de indícios de irregularidades em contratos de construção e manutenção de infraestrutura rodoviária, revelando um padrão de direcionamento de licitações, superfaturamento e desvio de recursos públicos. Estima-se que o montante desviado ultrapasse dezenas de milhões de reais, impactando diretamente a qualidade e a execução de obras essenciais para o desenvolvimento do estado.
Segundo a PF, o esquema envolvia a manipulação dos processos licitatórios para beneficiar empresas específicas, que, em contrapartida, pagavam propina a agentes públicos envolvidos na gestão e fiscalização dos contratos. O modus operandi incluía a elaboração de editais com critérios restritivos que favoreciam determinadas empreiteiras, além da apresentação de propostas fraudulentas e a falsificação de documentos. A auditoria da CGU confirmou as irregularidades, fornecendo um panorama detalhado das perdas financeiras e das falhas nos controles internos da administração pública.
As investigações indicam a participação de servidores públicos em diferentes níveis de responsabilidade, desde a elaboração dos termos de referência até a homologação dos certames licitatórios. Há também suspeitas de envolvimento de figuras políticas proeminentes, que teriam utilizado sua influência para garantir a continuidade do esquema e o acesso a informações privilegiadas. Um dos pontos centrais da operação é a apuração do uso indevido do chamado “orçamento secreto”, modalidade de emendas parlamentares que, segundo reportagens, teria direcionado vultosas quantias para obras superfaturadas no Amapá, culminando no apontamento de R$ 71 milhões para uma das empresas investigadas.
A operação deflagrada nesta data cumpre mandados de busca e apreensão em diversos endereços e visa à prisão de indivíduos identificados como os principais articuladores do esquema. A Polícia Federal busca, com a Operação Route 156, não apenas responsabilizar criminalmente os envolvidos, mas também recuperar os valores desviados e restabelecer a lisura na aplicação dos recursos públicos, garantindo que os investimentos em infraestrutura no Amapá sejam eficazes e transparentes. O caso ressalta a importância da atuação conjunta dos órgãos de controle e da força-tarefa de combate à corrupção no país.