O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) levantou a possibilidade de o Brasil retomar o horário de verão nos próximos anos, classificando a medida como potencialmente “imprescindível”. A sugestão surge em um contexto de crescimento contínuo da demanda por energia elétrica e preocupações com a capacidade de suprimento, especialmente em cenários de eventos climáticos extremos que possam afetar a geração hidrelétrica. A análise do ONS considera a necessidade de otimizar o uso da energia em horários de pico, um dos principais argumentos históricos para a implementação do horário de verão. A economia de energia proporcionada pelo adiantamento dos relógios, ao concentrar o consumo em um período menor do dia, pode aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, principalmente durante os meses de maior demanda, como o verão. Essa eficiência pode reduzir a dependência de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes, e, consequentemente, diminuir os custos para os consumidores e o impacto ambiental. A volta do horário de verão é vista como uma ferramenta adicional para garantir a estabilidade do fornecimento, evitando a necessidade de acionar usinas de maior custo operacional em momentos críticos. A discussão ganha força em um cenário onde a matriz energética brasileira busca diversificação e resiliência, tornando a gestão da demanda um componente tão importante quanto o aumento da capacidade de geração. Portanto, a recomendação do ONS reforça a importância de estratégias multicanais para a segurança energética, onde a mudança de hábitos de consumo, aliada a investimentos em fontes renováveis e eficiência, pode ser complementada por políticas públicas como o horário de verão, caso as projeções indiquem a necessidade.