Uma forte massa de ar polar provocou quedas drásticas de temperatura em diversas regiões do Brasil nesta quarta-feira (25), com São Paulo sendo um dos estados mais afetados. Na capital paulista, o bairro da Zona Sul registrou a marca histórica de -0,6°C, a temperatura mais baixa do ano na cidade. Essa geada, raramente vista em áreas urbanas densamente povoadas, evidencia a intensidade incomum desse fenômeno meteorológico. A baixa temperatura se espalhou por outras áreas da Grande São Paulo e do interior, com o Alto Tietê e outras cidades da região também registrando marcas próximas de zero grau, causando surpresa e apreensão na população. O frio intenso não se limitou apenas à capital, com previsões de que outros estados brasileiros, especialmente no Sul e Sudeste, também seriam atingidos por essa onda de frio.

O fenômeno da temperatura negativa em uma metrópole como São Paulo é geralmente atribuído a uma combinação de fatores. Uma massa de ar polar extremamente fria e seca avança pelo continente, deslocando o ar mais quente e úmido. A falta de nebulosidade e a baixa umidade do ar contribuem para a perda de calor radiante durante a noite, fazendo com que a temperatura do solo e do ar próximo a ele caia acentuadamente. Em áreas com menor urbanização e mais áreas verdes ou expostas, como alguns pontos da Zona Sul ou em municípios próximos, o efeito pode ser ainda mais pronunciado, facilitando a formação de geada e a queda para valores abaixo de zero.

A onda de frio atual se insere em um contexto de mudanças climáticas que podem alterar a frequência e a intensidade de eventos extremos. Embora essas ocorrências de frio intenso sejam cíclicas, a ciência investiga se há uma relação direta com alterações climáticas de longo prazo, que podem afetar os padrões de circulação atmosférica. Especialistas alertam que ondas de frio, assim como ondas de calor, podem se tornar mais extremas, exigindo adaptação e planejamento por parte da sociedade em termos de infraestrutura, agricultura e saúde.

A queda abrupta da temperatura tem impactos significativos em diversas esferas. Na agricultura, geadas podem causar perdas significativas em plantações sensíveis. Na saúde pública, o frio aumenta a incidência de doenças respiratórias e exige cuidados redobrados para grupos vulneráveis, como idosos e crianças. O setor de energia também pode sentir os efeitos, com o aumento da demanda por aquecimento. Além disso, o impacto na vida cotidiana da população é notável, com mudanças em rotinas e a necessidade de se agasalhar adequadamente para enfrentar o clima incomum.