A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta grave sobre a crescente ameaça das superbactérias, ou seja, bactérias que desenvolveram resistência aos antibióticos. Este fenômeno, conhecido como Resistência Antimicrobiana (RAM), representa um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI. A OMS estima que uma em cada seis infecções bacterianas diagnosticadas globalmente já exibe resistência aos tratamentos antibióticos mais comuns, um dado alarmante que sublinha a urgência de ações coordenadas e eficazes em nível mundial. Avanços médicos fundamentais, como cirurgias complexas, transplantes de órgãos e tratamentos de quimioterapia, dependem intrinsecamente da capacidade de combater infecções bacterianas com antibióticos. A perda dessa capacidade representa um retrocesso significativo nos cuidados de saúde, podendo tornar procedimentos rotineiros em ameaças letais. A própria eficácia de tratamentos médicos estabelecidos está sob risco iminente. A disseminação dessas superbactérias não é apenas uma questão de saúde, mas também um problema econômico e social de grande magnitude. Relatórios indicam que a resistência a antibióticos já causa milhões de mortes anualmente e projeta-se que esse número aumente drasticamente nas próximas décadas se medidas drásticas não forem implementadas. A situação é agravada pela velocidade com que as bactérias evoluem e se adaptam aos novos medicamentos, em um ciclo contínuo de desafios para a ciência médica. A falta de novos antibióticos sendo desenvolvidos em ritmo suficiente para combater essa resistência crescente agrava ainda mais o cenário. A comunidade científica e as autoridades de saúde globais clamam por investimentos em pesquisa e desenvolvimento, bem como por um uso mais racional e responsável dos antibióticos existentes, tanto na medicina humana quanto na veterinária e na agricultura. A educação pública sobre o uso correto de antibióticos e a importância da higiene também são pilares fundamentais na luta contra a propagação das superbactérias.