A crise de fornecimento de energia elétrica em São Paulo, intensificada por sucessivos apagões após chuvas fortes, levou o Prefeito Ricardo Nunes a buscar apoio direto do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nunes apelou ao executivo federal com a frase “O senhor precisa nos ajudar”, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de intervenção em nível nacional. A empresa responsável pela distribuição de energia na região metropolitana, a Enel, tem enfrentado forte pressão pública e das autoridades devido à sua performance considerada ineficiente na recuperação do serviço. Esta busca por auxílio federal demonstra a fragilidade da gestão pública municipal diante de um problema que afeta milhões de cidadãos e a economia da maior cidade do Brasil. A situação se agrava com a constatação de que rajadas de vento constantes, como as registradas recentemente pelo INMET, ultrapassando 70 km/h, sobrecarregam um sistema que já se mostra vulnerável. A falta de energia impacta residências, comércios e serviços essenciais, gerando prejuízos e transtornos significativos. A Enel, por sua vez, tem sido apontada por especialistas e representantes legais como ineficiente em sua resposta aos eventos climáticos. Um advogado ligado à empresa chegou a comparar a postura do prefeito como a de um marido traído culpando o sofá, uma declaração que acirrou ainda mais os ânimos e gerou controvérsia, minimizando a gravidade dos problemas enfrentados pela população. Em paralelo, a Justiça tem atuado para garantir o pronto restabelecimento da energia, expedindo ordens para que a Enel retome o fornecimento imediatamente, o que sublinha a falha da empresa em cumprir suas obrigações de forma autônoma e eficaz. Estes desdobramentos apontam para um cenário complexo que exige uma articulação entre os poderes executivo e judiciário, bem como uma reavaliação do contrato de concessão da Enel para assegurar a qualidade do serviço essencial à população paulistana. A busca por uma solução definitiva passa por entender as causas estruturais da vulnerabilidade do sistema de distribuição e implementar medidas corretivas robustas que garantam a segurança e a continuidade do fornecimento de energia, mesmo em condições climáticas adversas. A colaboração entre governo federal, estadual e municipal, assim como a fiscalização rigorosa da concessionária, são passos cruciais para superar este impasse e evitar que a população continue sendo penalizada por falhas recorrentes. A responsabilidade da Enel é inegável, e as decisões judiciais reforçam a urgência de ações concretas para a melhoria da infraestrutura e dos serviços prestados à população de São Paulo, uma cidade que não pode se dar ao luxo de ficar às escuras repetidamente.