A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou recentemente suas novas diretrizes para o manejo do colesterol, um marco significativo na prevenção de doenças cardiovasculares no Brasil. A atualização propõe metas mais ambiciosas para os níveis de colesterol LDL, o conhecido “colesterol ruim”, com o objetivo de reduzir ainda mais a incidência de eventos como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Essas mudanças refletem avanços na compreensão da fisiopatologia das doenças ateroscleróticas e a eficácia de tratamentos mais agressivos em populações selecionadas. Profissionais de saúde e pacientes devem se familiarizar com as novas recomendações para otimizar a saúde cardiovascular. As novas diretrizes enfatizam a importância da estratificação de risco individualizada, utilizando parâmetros como idade, histórico familiar, pressão arterial, tabagismo, diabetes e a presença de outras condições clínicas para definir a intensidade do tratamento. A SBC também introduziu uma categoria de risco cardiovascular extremo, que abrange pacientes com doença aterosclerótica estabelecida e múltiplos fatores de risco, ou com histórico de eventos cardiovasculares recorrentes. Para esses indivíduos, as metas de LDL podem ser ainda mais baixas do que as previamente recomendadas, buscando inibir a progressão da aterosclerose e minimizar o risco de novos eventos. Além disso, a diretriz incentiva a discussão sobre novos exames e biomarcadores que possam complementar a avaliação lipídica tradicional, oferecendo uma visão mais completa do perfil de risco do paciente e orientando decisões terapêuticas mais personalizadas e eficazes. A introdução de um novo exame, como testes genéticos para dislipidemias familiares ou a análise de certas partículas de LDL, pode ser considerada em cenários específicos para refinar a avaliação e o manejo clínico. A adesão a um estilo de vida saudável, incluindo dieta equilibrada, prática regular de exercícios físicos e cessação do tabagismo, continua sendo a base fundamental para o controle do colesterol e a promoção da saúde cardiovascular, mesmo com o avanço das opções farmacológicas. A adoção dessas novas metas e abordagens terapêuticas representa um passo importante na luta contra as doenças cardiovasculares, que ainda são a principal causa de morte no país.