Trio de Cientistas Recebe Prêmio Nobel de Química por Inovadoras Estruturas Metal-Orgânicas
O Prêmio Nobel de Química de 2025 foi concedido a Omar M. Yaghi, Susumu Kitagawa e Richard Robson por suas pesquisas pioneiras no campo das Estruturas Metal-Orgânicas (MOFs). Esses materiais inovadores, frequentemente comparados à bolsa mágica da personagem Hermione Granger em Harry Potter devido à sua capacidade de armazenar uma quantidade surpreendente de substâncias em um espaço pequeno, representam um avanço significativo na ciência dos materiais. A descoberta e o desenvolvimento das MOFs abrem portas para soluções em diversas áreas, desde o armazenamento de gases como hidrogênio e dióxido de carbono até a purificação de ar e água, além de terem potencial em catálise e sensores.
A pesquisa dos laureados se concentrou na construção de estruturas moleculares complexas a partir de íons metálicos ligados a moléculas orgânicas. Essa combinação permite a criação de materiais com poros minúsculos e altamente definidos, cujas dimensões e funcionalidades podem ser precisamente controladas. A arquitetura porosa das MOFs confere-lhes uma área superficial interna extremamente elevada, ultrapassando em muito a de materiais tradicionais como o carvão ativado. Essa característica é crucial para a capacidade dessas estruturas de adsorver e reter grandes volumes de gases, uma propriedade de grande interesse para a indústria e para a busca por soluções ambientais.
Omar M. Yaghi, considerado um dos pais das MOFs, tem um histórico impressionante de descobertas nesse campo, incluindo a criação de MOF-74 e MOF-5, que se tornaram marcos na pesquisa. Susumu Kitagawa, por sua vez, contribuiu com o desenvolvimento de MOFs porosas e funcionais, explorando sua aplicação em diversas áreas. Richard Robson, outro nome chave, também impulsionou a compreensão e a aplicação desses materiais. As pesquisas conjuntas e individuais desses cientistas moldaram o campo e pavimentaram o caminho para aplicações práticas que antes eram apenas um sonho na ficção científica.
As implicações das MOFs se estendem para o combate às mudanças climáticas, com destaque para a captura e armazenamento de dióxido de carbono (CCS) a partir de fontes industriais e da atmosfera. A capacidade de adsorver seletivamente o CO2, um dos principais gases de efeito estufa, e armazená-lo de forma segura, oferece uma estratégia promissora para mitigar os impactos do aquecimento global. Além disso, o uso de MOFs para o armazenamento de hidrogênio pode viabilizar a transição para uma economia baseada em energia limpa, facilitando o transporte e a utilização desse combustível renovável. O legado destes cientistas promete impactar positivamente o futuro da tecnologia e do meio ambiente.